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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Cristão fervoroso, volante da Ucrânia na Eurocopa é militante antitatuagem

Taras Stepanenko em ação pela Ucrânia durante jogo da Eurocopa 2020, realizada em 2021 - Mihai Barbu/POOL/AFP
Taras Stepanenko em ação pela Ucrânia durante jogo da Eurocopa 2020, realizada em 2021 Imagem: Mihai Barbu/POOL/AFP

29/06/2021 04h00

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Esta edição da Eurocopa tem sido um terreno fértil para manifestações e protestos políticos.

Jogadores de várias seleções têm se ajoelhado antes das partidas em gesto característico da luta antirracismo. O movimento LGBTQIA+ também tem sido representado nas braçadeiras de capitão de Alemanha e Holanda e nas placas de publicidade de alguns dos patrocinadores do torneio.

O atacante austríaco Marko Arnautovic chegou a ser suspenso de uma rodada da primeira fase por ter comemorado um gol sobre a Macedônia do Norte ofendendo a origem albanesa de dois adversários.

Mas, mesmo com tantas pautas políticas sendo levadas para dentro de campo, o volante Taras Stepanenko ainda não conseguiu encontrar espaço na competição continental para exercer a sua militância.

O jogador da seleção da Ucrânia, que enfrenta a Suécia a partir das 16h (de Brasília), no Hampden Park, em Glasgow (Escócia), na partida que fecha as oitavas de final da Eurocopa, usa parte do seu tempo livre para tentar convencer as pessoas a não se tatuarem.

Cristão fervoroso, o veterano jogador que defende o Shakhtar Donetsk desde 2010 é contra a cultura das tatuagens. "Elas são um símbolo pagão", resumiu, em entrevista concedida seis anos atrás ao site "Sports.ru".

Aparentemente, a militância feita pelo volante de 31 anos, um dos remanescentes do time que disputou a Eurocopa passada, não tem encontrado muito apoio entre seus companheiros de seleção.

O meia-atacante Andriy Yarmolenko, capitão da Ucrânia e com quem Stepanenko já teve problemas de relacionamento no passado, exibe tatuagens nos dois antebraços, o direito e o esquerdo.

Marlos, que nasceu no Brasil, optou por defender a seleção do leste europeu e também é companheiro do militante no Shakhtar, é mais um adepto dos desenhos corporais por baixo da camisa amarela.

A campanha atual já é a melhor da história da Ucrânia na Eurocopa desde a dissolução da União Soviética. Nas duas participações anteriores (2012 e 2016), a equipe não havia passado da fase de grupos.

O último dia das oitavas terá a realização de duas partidas. Além do confronto entre ucranianos e suecos, Inglaterra e Alemanha também medirão forças por vaga nas quartas. A próxima fase do torneio começa na sexta-feira.

O sucessor de Portugal no posto de campeão europeu de seleções será conhecido no dia 11 de julho. O estádio de Wembley, em Londres (Inglaterra), receberá a decisão.

Originalmente, o torneio era para ter sido disputado no meio do ano passado. No entanto, a pandemia da covid-19 fez com que ele fosse adiado em 12 meses.

A novidade desta edição é que não há uma sede fixa. Para comemorar os 60 anos do continental, a Uefa decidiu realizar a competição em 11 cidades espalhadas por 11 países diferentes (alguns que nem classificaram suas seleções).

Além da Inglaterra, sede da última partida, a Euro-2020 (sim, ela manteve esse nome mesmo com o adiamento da data) também está passando por Itália, Azerbaijão, Dinamarca, Alemanha, Escócia, Espanha, Hungria, Holanda, Romênia e Rússia.