Topo

Perrone

Reforços do sub-23 do Corinthians incomodam futebol profissional do clube

Diogo Vitor assinou com o sub-23 do Corinthians - Reprodução
Diogo Vitor assinou com o sub-23 do Corinthians Imagem: Reprodução

02/11/2020 12h51

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Contratações para o time sub-23 do Corinthians geram incômodo no departamento de futebol profissional do clube. As críticas internas são, principalmente, por causa de reforços que não foram indicados ou avalizados pelos responsáveis pela equipe profissional.

Tal conduta repetida gera, segundo dois integrantes do departamento profissional, uma falta de conexão entre os dois times. O legado é uma série de atletas que acabam não sendo aproveitados pela equipe principal. O clube precisa ir ao mercado para suprir suas carências.

O argumento dos críticos é de que a finalidade maior do sub-23 deveria ser servir ao profissional e que isso não acontece de forma plena.

Recentemente, gerou indignação em membros do departamento profissional, que alegam não terem feito a indicação ou terem sido consultados, a contratação de Diogo Vítor, ex-Santos. Ele se apresentou visivelmente acima do peso.

Porém, o dirigente responsável pelo sub-23, Jacinto Antônio Ribeiro, o Jaça, tem outra versão. Ele diz que a indicação foi do departamento profissional.

Pego no antidoping por substância vinculada à cocaína quando atuava no Santos, Diogo foi suspenso por um ano e meio. Não joga desde 2018. No time da Vila Belmiro, o atacante também teve uma passagem marcada por problemas disciplinares, como faltas e atrasos nos treinos.

Uma das carências da equipe profissional está justamente no ataque, por conta da contusão de Gustavo Mantuan, que vai operar o joelho.

O técnico Vagner Mancini disse em entrevista que, entre suas opções, está procurar um jogador para a posição no sub-23.

Além de Diogo, o Corinthians trouxe na semana passada, por empréstimo, Daniel Penha, meia do Atlético-MG. Os mesmos integrantes do departamento profissional afirmaram que o atleta não foi indicado pela área encarregada do time principal.

Jaça, homem de confiança do presidente Andrés Sanchez, no entanto, tem outra versão.

"Essas duas contratações (Diogo e Daniel) foram indicações do profissional e aprovadas pela comissão técnica e também pelo Cifut (Centro de inteligência do Futebol). O fato de não serem aproveitados pelo profissional é porque não quiseram. Até hoje, em todas as contratações (do sub-23), o Corinthians só gasta com salários", declarou Jaça.

Indagado pelo blog, na última sexta, por mensagem de texto, quem no profissional indicou Diogo e Daniel, o dirigente ainda não respondeu, apesar de ter visualizado a pergunta.

"Nem sempre é o (departamento) profissional que indica, às vezes é a comissão técnica e captadores", afirmou o diretor sobre como são escolhidos os atletas do sub-23.

Penha assinou até 28 de fevereiro de 2021. O acordo de Diogo Vitor termina dia 31 de março do ano que vem. O Brasileiro de Aspirantes, competição disputada pelo sub-23, termina em 28 de janeiro.

E por que o Corinthians se interessou por Diogo Vitor, mesmo o jogador estando parado há mais de um ano? Não é arriscado trazer um atleta fora de forma com contrato tão curto? O blog fez essas perguntas para o diretor que cuida do sub-23.

"O Diogo Vitor foi considerado uma das maiores promessas. Chegou a jogar no profissional do Santos e teve problemas. Agora surgiu a oportunidade de ele vir de graça Fizemos exames e constatamos que nos últimos seis meses ele está limpo do problema, chegou com 89 quilos e já está com 80. Acreditamos que valeria a pena dar esta 'SANCHEZ' a ele", escreveu Jaça, brincando com o sobrenome de Andrés.

Espontaneamente, o dirigente disse que Diogo vai ganhar R$ 7 mil mensais e que Daniel receberá R$ 10 mil por mês.

O dirigente não informou quantos jogadores já foram contratados para a categoria. O excesso de contratações é uma das críticas internas.

"O elenco do sub 23 tem atualmente 30 atletas no total, com seis no departamento médico e quatro sendo usados no sub-20. Hoje, só temos esses 30, os outros foram dispensados e alguns emprestados", afirmou Jaça.

Segundo ele, o clube gasta com a categoria entre R$ 3 milhões e R$ 3,6 milhões anuais em salários.

Jaça disse desconhecer o episódio em que Diogo Vitor chamou de ingrata uma torcedora que criticou, em rede social, sua forma física.

"Não vi pessoalmente, mas, se for isso, ele está errado. No contrato que o jurídico fez, existem várias cláusulas que se ele pisar na bola o contrato será rescindido", disse Jaça.

Integração

Na diretoria de futebol profissional o discurso é de que Osmar Loss, coordenador técnico das categorias de base, está trabalhando na integração entre a base e o time de cima e que esse trabalho vai melhorar o aproveitamento do sub-23, hoje considerado abaixo da expectativa.

O volante Roni é usado para demonstrar a importância da categoria. Ele ficaria sem espaço no clube, se não fosse o sub-23. Agora está no profissional.