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Mauro Cezar Pereira

Amigos usam boa fase para criar falsa narrativa de que Abel foi injustiçado

Vinho, a bebida favorita do "clube" - Reprodução / Internet
Vinho, a bebida favorita do "clube" Imagem: Reprodução / Internet

26/01/2021 04h00

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Alguns jornalistas e similares tentam alimentar a falsa narrativa de que Abel Braga foi injustiçado no Flamengo. Debocham da inteligência e da memória do torcedor. O excelente desempenho atual do Internacional sob comando do treinador não muda, não deleta o passado.

Ele pediu demissão em 2019 alegando interferência da diretoria quando lhe disseram para não escalar os reservas contra o Fortaleza, pois o clube almejava o título da Série A. E o treinador desejava priorizar confronto pela Copa do Brasil. Saiu vaiado do Maracanã mesmo com a vitória sobre o Athletico em seu último jogo.

Não é verdade que o desempenho foi "ótimo" na fase de grupos daquela Libertadores, tampouco dá para chamar de "heróico" o 0 a 0 com o Peñarol em Montevidéu. Um jogo dramático devido à derrota para o time uruguaio no Maracanã, quando Arrascaeta não saiu do banco, mesmo com o 1 a 0 contra.

Não torço contra nem a favor de Abel ou qualquer outro técnico por amizade ou inimizade. E tenho ciência de que é impossível fazer meu trabalho de maneira honesta, sincera, sem ganhar desafetos. Faz parte. Mas jornalistas não devem analisar trabalhos de profissionais influenciados por relações pessoais, a famosa "brodagem".

As críticas ao técnico foram consequência do seu desempenho. Não apenas no Flamengo, como em suas melancólicas passagens por Cruzeiro e Vasco, quando chegou a elogiar a sinceridade do presidente por lhe dizer antecipadamente que atrasaria os salários.

Há quem não critique maus trabalhos de treinadores por amizade, falta de independência ou de coragem para dizer o que pensa. Agora, alguns desses se agarram à própria postura reativa e tentam se associar ao momentâneo sucesso do técnico para atacar quem não quis fazer parte do "clube".

Abel Braga está construindo uma inesperada virada em sua carreira, sem se reinventar, sem mudar a forma de trabalhar e utilizando suas antigas artimanhas. Elogiável, claro. Mas se Luiz Felipe Scolari, que acaba de deixar o Cruzeiro na Série B, foi campeão brasileiro em 2018 com as estratégias das décadas anteriores, por que ele não pode repetir tal feito?

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