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Mauro Cezar Pereira

MP poderá denunciar na próxima semana pelas 10 mortes no CT do Flamengo

Torcedores prestam homenagem às vítimas do incêndio no aniversário da tragédia - Folhapress
Torcedores prestam homenagem às vítimas do incêndio no aniversário da tragédia Imagem: Folhapress

08/06/2020 04h00

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O Ministério Público do Rio de Janeiro já definiu quem será denunciado pela tragédia que matou dez garotos do futebol de base do Flamengo no Centro de Treinamentos Ninho do Urubu, há exatos 16 meses. Mas também há a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que investiga o incêndio. O MPRJ aguarda o retorno dos prazos processuais, o que poderá ocorrer na próxima segunda-feira, ou seja, há chance de avanços a partir de 15 de junho.

"O relatório da CPI, caso apresente novos elementos de prova, distintos daqueles colhidos em sede policial, poderá resultar na inclusão de algum outro denunciado. Mas em princípio não há uma relação direta de causa e consequência entre o relatório da CPI e a atuação do MP. Em tese, a denúncia já está montada, e identificados os denunciados", explica o promotor de Justiça Luiz Antonio Correa Ayres, do GAEDEST (Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor) do Ministério Púbico (MP) do Rio de Janeiro.

Caso o relatório da CPI aponte concretamente outros possíveis responsáveis antes da apresentação da denúncia, novos nomes poderão, sim, ser incluídos. Caso o relatório seja publicado após o oferecimento da denúncia, as possibilidades, de acordo com o MPRJ, são:

1) Havendo elementos concretos em relação a algum outro personagem, a denúncia poderá ser aditada para incluir outro(s) réu(s);
2) Não ocorrendo a hipótese anterior, o relatório poderá ser anexado aos autos como reforço do conjunto probatório.

Os prazos continuam parados devido à pandemia de novo coronavírus. Se não for prorrogada a suspensão dos prazos, ainda em junho o MP apresentará a denúncia. Contudo, enquanto mantido o estado de emergência, a situação atual tende a se prolongar, pois o Tribunal de Justiça só recebe demandas com urgência, em autos físicos. "Por enquanto, a determinação é dar andamento apenas a casos urgentes.", explica Ayres.