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OPINIÃO

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Com frio, neve e Old Trafford lotado, o Manchester United atropelou o Bétis

Weghorst comemora o quarto gol do Manchester United contra o Bétis, pela Liga Europa - Matthew Peters/Manchester United via Getty Images
Weghorst comemora o quarto gol do Manchester United contra o Bétis, pela Liga Europa Imagem: Matthew Peters/Manchester United via Getty Images

Colunista do UOL

09/03/2023 19h10

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Nesta quinta-feira (9), parei para assistir a Liga Europa (antiga Copa Uefa). Incrível a temperatura e o clima para o jogo entre Manchester United e Bétis. Old Trafford lotado, com 3 graus e nevando, clima típico para os jogos das competições europeias.

Quanto estava no Porto e no Torino, joguei diversas vezes com temperaturas piores que essas, e com muita neve em campo, o que dava uma motivação enorme para jogar futebol.

O time do Ten Hag começou numa intensidade incrível, até porque depois da pancada de 7 a 0 para o Liverpool era que deveria ser feito. Logo aos 7 minutos, o excelente Marcus Rashford marcou um belo gol.

O Manchester começou a ditar a dinâmica do jogo, marcando pressão e acelerando a partida, mas perdendo chances de fazer mais gols.

Do lado do Bétis, foi legal ver novamente o Abner (ex-Athletico) e Luiz Henrique (ex-Fluminense) jogarem.

O time inglês deu um vacilo, depois de perder várias chances, e o Bétis chegou ao empate com Ayoze Pérez.

Mesmo jogando bem, achei que os jogadores do Manchester estavam um pouco abatidos, o que é normal depois de tomarem uma goleada vergonhosa.

Com o empate, o jogo ficou mais equilibrado e o time espanhol começou a ficar mais com a bola e confiante para atacar.

Um duelo interessante foi entre dois brasileiros que ganharam juntos a medalha de ouro nas Olimpíadas de Tóquio. O ponta do United Antony e o lateral do Bétis Abner foram comandado pelo treinador André Jardine.

Continuando sobre o jogo, o Bétis começou a levar muito perigo e quase chegou ao segundo gol, com mais um erro de saída de bola de um goleiro. Foi a vez do De Gea errar um passe e quase tomar o gol. Isso vem acontecendo constantemente, porque os times estão pressionando a saída de bola do adversário e forçando o erro, principalmente dos goleiros.

Só para citar algumas falhas recentes, tivemos erros do Courtois (Real Madrid), Alisson (Liverpool), que sofreram gols. Mas tivemos do Sommer (Bayern) e agora do De Gea, que não tomaram o gol por pouco. Está começando a ficar arriscado atrasar para os goleiros.

Achei que depois do empate o jogo ficou equilibrado, apesar do United ter criado mais chances de gols.

O segundo tempo começou com a linda imagem da neve caindo no campo.

E, naquele duelo que falei no primeiro tempo, entre os brasileiros Antony e Abner, o ponta do Manchester United foi para cima do lateral e fez um golaço, digno de uma competição europeia. De fora da área, ele colocou a bola no ângulo oposto do goleiro chileno Bravo: 2 a 1.

Com o gol do Antony, o time inglês cresceu na partida e, para a alegria dos torcedores que estavam passando um frio danado no Old Trafford, chegou ao terceiro gol de cabeça do seu jogador mais criativo. Escanteio batido e o português Bruno Fernandes chegou sozinho e cabeceou forte,

A pressão aumentou, principalmente pelo lado direito, com o Antony fazendo uma ótima partida.

O Ten Hag estava satisfeito com as belas jogadas do seu time. Numa dessas, saiu uma belíssima tabela entre Antony e Bruno Fernandes (os dois melhores do jogo). O brasileiro ficou na cara do goleiro Bravo e tentou uma cavadinha, que se entrasse seria um outro golaço — mas não entrou. A jogada certa era rolar para o meio da área, já que chegavam três jogadores do seu time sozinhos, e aí seria só rolar a bola para dentro. Nessa, o Antony foi fominha.

O United avançou a marcação e começou a agredir a saída de bola do Bétis, que não estava mais conseguindo jogar. O domínio foi total do Manchester United no segundo tempo, até chegar ao quarto gol do centroavante holandês Weghorst. Ele é um jogador que se esforça a partida toda, não desiste de nenhuma jogada, não deixa os defensores adversários em nenhum momento tranquilos. Portanto, mereceu fazer o seu.

Esse jogador tem as suas características e não é justo compará-lo com qualquer outro atacante pela parte técnica. Mas são poucos na Europa que lutam o tempo todo como ele. Ajuda muito na marcação, sem contar que estava na Copa do mundo do Qatar e fez os dois gols contra a Argentina, levando o jogo para a prorrogação e, depois, aos pênaltis.

Foi uma vitória maciça do Manchester United contra o Bétis, que deu um grande passo para chegar às quartas de final da Liga Europa merecidamente. Uma grande partida de Antony, Bruno Fernandes, Casemiro, Fred e todo o time inglês.

O trabalho psicológico do Ten Hag foi perfeito, porque não estava nada fácil recuperar o ânimo e a autoestima dos seus jogadores depois da goleada sofrida no último domingo (5) para o seu grande rival Liverpool.