Paquetá deve ser punido se for culpado. Mas é preciso aguardar investigação
Lucas Paquetá, meia da seleção brasileira e do West Ham, é acusado pela Federação Inglesa de envolvimento em apostas por cartões amarelos tomados em partidas válidas pela Premier League. Caso a condenação seja comprovada, a punição pode ser pesadíssima, chegando até ao banimento do atleta do futebol.
Ainda está na fase de investigação, e Paquetá tem até 3 de junho para apresentar sua defesa. O processo começou em 2023 e custou a desistência do Manchester City na sua contratação e a não convocação para a seleção brasileira, que na época era comandada por Fernando Diniz, para os jogos das Eliminatórias. A investigação ficou estagnada, e Lucas Paquetá voltou a ser chamado, dessa vez por Dorival Júnior, com Pep Guardiola, treinador dos Citizens, voltando a elogiar o jogador, com chances de, nesta janela de meio de ano, realizar o grande sonho de ir para a única equipe tetracampeã da história do futebol inglês.
Neste momento, ele ainda está na lista para os amistosos contra México e Estados Unidos, além da Copa América, que será realizada na terra do Tio Sam. Temos que tomar um enorme cuidado nas opiniões para não cometermos injustiça já condenando uma pessoa que, por enquanto, está sendo investigada. Toda pessoa é inocente até que se prove o contrário, sem narrativas falsas, sem fake news, sem distorção de informação, mas com fatos comprovando o possível crime.
Na coluna da Milly Lacombe sobre esse mesmo assunto, estão os lances onde supostamente Paquetá tomou cartões de forma suspeita. Mas, para se ter uma opinião, é preciso ver e entender o antes e o depois das jogadas, mas principalmente qual era o momento desses jogos. Não estou defendendo ou acusando, mas estou dizendo que tive dificuldade de tirar uma conclusão só com o recorte das jogadas.
A questão é que o futebol inglês pune de verdade qualquer tipo de comportamento dentro ou fora de campo que saia da ética e do respeito, sendo jogador, dirigente ou torcedor. Um futebol que tinha os hooligans, que causavam tragédias em estádios e que parecia ser um problema incontrolável e sem fim, mas a Inglaterra conseguiu mudar o comportamento das pessoas, isolando os violentos, que nem no estádio podem entrar. E não entram mesmo!
Agora, a Inglaterra começa a enfrentar outro problema sério, que é a questão de envolvimento em apostas esportivas. Os sites estão aí por todos os lados, principalmente aqui no futebol brasileiro, que já teve jogadores banidos do futebol por causa disso. A lista é esta:
- Ygor Catatau (banido e multa de 70 mil reais)
- Gabriel Tota (banido e multa de 30 mil reais)
- Matheus Philipe (banido e multa de 10 mil reais)
- Paulo Sérgio (600 dias e multa de 50 mil reais)
- Paulo Miranda (720 dias e multa de 70 mil reais)
É esse tipo de punição que Lucas Paquetá está correndo o risco de sofrer. Não consigo entender por que um jogador que está no campeonato mais importante do futebol mundial, ganhando uma fortuna por mês, sendo peça importante da única seleção pentacampeã do mundo e cogitado pelo time do momento, se coloca numa situação de dúvida ética. De todos os brasileiros que estão na Premier League, o único nome sendo acusado e investigado é o dele.
Lucas Paquetá parece ter entrado numa lista de jogadores que não passam confiança, independentemente de ser comprovado ou não o seu envolvimento. Na Inglaterra, não há falácias de falastrões, e as investigações vão acelerar até se chegar à verdade. Caso seja comprovado, os envolvidos serão banidos, mesmo porque deve ser absolutamente impossível jogar ou treinar um jogador já envolvido em apostas. Mas, caso seja inocente, que siga sua vida profissional.
Quero deixar claro que se envolve em apostas quem quer, mas é muito importante ir atrás dos aliciadores nesses casos. Gente com péssimo caráter escolhe a dedo quem vão aliciar para participar dessa falcatrua esportiva. Todos precisam ser punidos caso se comprovem as acusações.
Opinião
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.
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