Topo

Libertadores - 2019

Grêmio repete 2017, encerra paz e abre fogo contra Conmebol por VAR

Grêmio contestou atuação de Andres Cunha, árbitro do jogo, e equipe do VAR - Antonio Lacerda/EFE
Grêmio contestou atuação de Andres Cunha, árbitro do jogo, e equipe do VAR Imagem: Antonio Lacerda/EFE

Jeremias Wernek e Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

31/10/2018 04h00

O Grêmio abriu fogo contra a Conmebol, assim como fez no ano passado em meio às final da Copa Libertadores contra o Lanús-ARG. Eliminado pelo River Plate após derrota por 2 a 1 em Porto Alegre, o clube gaúcho encerrou o clima de paz com a entidade sul-americana ao bater forte na decisão do árbitro de vídeo em relação ao primeiro gol do time argentino. Também subiu o tom ao falar de Marcelo Gallardo, que teria descumprido a suspensão recebida na véspera da partida de volta.

Campeão em 2017, o Grêmio chegou à semifinal em meio a dias de ótima relação com a Conmebol. O clube recebeu elogios de figuras importantes da entidade sediada no Paraguai por sua articulação política e proatividade em temas como organização e lisura do torneio.

A paz foi encerrada depois da derrota de virada. A reclamação mais forte do Grêmio está ligada ao lance onde o River Plate empatou o jogo, com Rafael Borré.

Leia também:

"A única coisa que poderia comprometer a recuperação ética e moral da Conmebol, é o subterrâneo. As coisas que às vezes nem eles não dominam. E é a arbitragem. Impressionante a incapacidade de verificar. No primeiro momento, achei que a bola havia batido na cabeça. Não, foi de mão. Eu falei com o árbitro… Falei com o árbitro, questionei o árbitro e ele disse que não viu. Também não disse que foi revisar. Quem tinha que revisar era o pessoal diante das câmeras. Eu defendo, quero reiterar isso, e defenderei eternamente o VAR. Mas eu defendo a auditagem do VAR. Pelos clubes e não por terceiros", disse Romildo Bolzan Jr., presidente do Grêmio.

Bolzan liderou a queixa formal do Grêmio em novembro do ano passado. À época, o protesto era pela atuação do árbitro de vídeo no jogo de ida da decisão com o Lanús. O clube gaúcho montou um dossiê, enviou o documento aos patrocinadores da Libertadores e se reuniu com Alejandro Domínguez, presidente da entidade, questionando o cartão amarelo aplicado a Kannemann - que ficou fora do jogo na Argentina, e pênalti não marcado em Jael.

"Desrespeitaram o protocolo sobre a condescedência do delegado do jogo. Tudo isso gera um clima de desconfiança e desacredita a boa fé da Conmebol. Coloca sob suspeição. É caro perder dessa maneira, é impossível aceitar perder dessa maneira. O pênalti foi, mas o gol não era válido. Não quero fazer choro de perdedor, mas dentro desse debate todo está conceito de organização do futebol e ele cai por terra ao ver algo assim", seguiu Bolzan.

Nos corredores da Arena, o clima de indignação foi ainda mais quente. Os funcionários da Conmebol foram procurados por dirigentes do Grêmio entre o apito final e a coletiva em busca de explicações sobre o lance de empate e também a ocorrência com Marcelo Gallardo.

O treinador foi suspenso pela Conmebol na segunda-feira e estava impedido de ficar na beira do campo, acessar o vestiário e dar entrevistas. Durante o primeiro tempo, foi flagrado com rádio em comunicação com os auxiliares e no intervalo desceu ao vestiário.

"Acabamos de assinar um documento de fair play e respeito a tudo e todos. Vamos ver quem tem vergonha na cara. Esse é o termo correto. Vamos ver quem tem vergonha cara. Se quem organiza o campeonato toma decisões sérias. O Grêmio cumpriu a regra e foi desrespeitado. Acho uma infração seríssima. Quero ver se a Conmebol também dá esse peso. Acho que debocharam do campeonato. Acho que foi uma agressão de todas as ordens. De todas as ordens. Coisa, sinceramente, que não precisavam fazer para ganhar. Se ganhassem em uma normalidade, ok. Tem time para isso. Mas o conteúdo que sai disso é esperar para ver que tipo de providência a Conmebol tomará. Se forem omissos, se forem aceitar isso, passa a ser uma situação muito duvidosa. E altamente suspeita", disparou o presidente do Grêmio.