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Mesmo de longe, Alonso dificultou vitória de Verstappen no GP de Mônaco

Segundo colocado, Fernando Alonso cumprimenta Max Verstappen, vencedor do GP de Mônaco da F1 - Mark Thompson/Getty Images
Segundo colocado, Fernando Alonso cumprimenta Max Verstappen, vencedor do GP de Mônaco da F1 Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Colunista do UOL

28/05/2023 14h16

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Max Verstappen teve que trabalhar duro para vencer o GP de Mônaco, e dessa vez a única ameaça a sua quarta vitória em seis corridas na temporada 2023 da Fórmula 1 não veio de seu companheiro, mas sim de Fernando Alonso. Isso pode parecer um pouco estranho de se dizer quando o holandês nunca teve o espanhol nos seus espelhos retrovisores, mas foi por causa da Aston Martin que ele não pôde fazer a corrida que queria.

"Largando com os pneus médios, nós estávamos programando parar na volta 20 ou 25, mas como Fernando tinha largado com os duros, e havia a chance de chuva, isso me obrigou a ficar na pista", contou Verstappen, que agora tem 39 pontos de vantagem no campeonato. "Não podíamos correr o risco de termos que parar duas vezes e ele não. Fiquei muito tempo com o pneu médio, que estava com muito graining, deslizando muito. Mas eu tinha que aguentar na pista caso chovesse."

A água, de fato, caiu. Na volta 52, apenas no segundo setor, gerando a dúvida se era a hora de trocar os pneus ou se seria apenas algo isolado. Essa foi a leitura de Alonso, que parou uma volta antes de Verstappen, mas para colocar pneus de pista seca. E começou a chover mais.

"Queríamos trocar o pneu porque meu jogo de duros estava muito desgastado e estava começando a ficar perigoso. E estávamos convencidos de que a chuva não iria piorar", explicou Alonso.

Por que a Aston não foi tão forte quanto se esperava em Mônaco

Na verdade, aquela expectativa anterior de que a Aston Martin teria alguma chance real de vencer em Mônaco não esvaiu com a parada a mais que Alonso acabou tendo de fazer. Verstappen já estava bem à frente, tinha feito um ótimo trabalho com seu pneu médio de mais de 50 voltas.

Isso teve a ver com a maneira como a Red Bull conseguiu configurar seu carro para lidar com as características de Mônaco, teoricamente não tão boas para seu carro mais rígido. E também com uma Aston Martin que não maximizou o acerto de seu carro.

"Não estava me sentindo cômodo na corrida. O carro estava muito brusco na parte dianteira, até achei que tinha furado o pneu em determinado momento. Acho que isso aconteceu por algumas decisões de acerto que fizemos para priorizar a classificação que acabaram deixando o carro pior na corrida", explicou Alonso.

Ocon já se acostumou com GPs com reviravoltas

A última posição do pódio quase escapou das mãos de Esteban Ocon por duas vezes, mas o francês conseguiu saborear um pódio conquistado muito em função de uma excelente volta de classificação no sábado.

Mas ele também sofreu mais do que esperava. Primeiro, levou um toque de Carlos Sainz na saída do túnel, e teve danos no carro. Sua primeira parada nos boxes foi ruim. E depois teve que aguentar a pressão de Lewis Hamilton na chuva. "Estava tudo sob controle mas parece que nunca é fácil para mim conquistar pódios. Sempre acontece alguma coisa. Mas estou me acostumando! Qualquer confiança que você possa ter no carro em Mônaco desaparece quando chove, e Hamilton conseguia sair bem da última curva antes do túnel. Foi importante para mim não ceder à pressão."

GP teve vários pilotos decepcionados por erros

Vários pilotos saíram decepcionados. As duas Ferrari demoraram muito a trocar os pneus de pista seca, acabaram brigando entre si, e fazendo uma parada dupla, o que fez Sainz perder tempo. George Russell estava à frente de Hamilton e Ocon quando os três colocaram os pneus intermediários, mas saiu da pista quando estava diminuindo a velocidade por causa de uma bandeira amarela e perdeu estas duas posições. E Pierre Gasly era terceiro na corrida, na mesma estratégia de Alonso, quando também cometeu o mesmo erro de parar para colocar pneus de pista seca quando a chuva estava apertando, tendo de voltar aos boxes duas voltas depois e perdendo terreno para Ocon, Hamilton, Russell e Leclerc.

Mas ninguém tinha motivos para ficar mais desapontado do que Perez. O mexicano errou e bateu na classificação, saiu de último, ficou preso atrás de Lance Stroll, tocou-se com Magnussen, quebrou seu bico, e ainda fez duas paradas no boxes quando a pista estava molhada, apostando nos pneus de chuva intensa quando a água parou de cair. Não por acaso, Perez saiu do circuito em que esperava colar em Verstappen dizendo que "já está na hora de eu começar a ganhar corridas."

O sétimo GP será já no próximo fim de semana, na Espanha.