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Após pole inesperada de Verstappen, por que a McLaren acha que pode vencer

É em dias como esse que o pole Verstappen mostra que faz a diferença: em uma pista em que é difícil acertar uma volta e com um carro longe de estar tão equilibrado quanto costuma estar, ele fez a pole position para o GP da Emilia Romagna. Foram apenas 74 milésimos de vantagem para o segundo colocado na classificação, Oscar Piastri, mas o suficiente para o holandês ter uma vantagem importante de sair na frente em uma prova que não costuma ter muitas ultrapassagens.

Mesmo assim, o geralmente contido Piastri demonstrou confiança após a classificação e não é por acaso: o ritmo de corrida da McLaren nos treinos livres foi muito forte, e uma deficiência do carro em provas anteriores, a velocidade de reta, deu indicativos de que deixou de ser um problema após a estreia de um extenso pacote de mudanças na última prova, em Miami.

Perguntado se poderia acreditar em algo mais do que o segundo lugar na corrida que tem largada às 10h da manhã deste domingo, pelo horário de Brasília, Piastri disse: "Acho que sim. Normalmente, no passado, diríamos que não. Mas nosso ritmo de corrida está muito forte. O resultado dessa classificação mostra que não dá para desconsiderar Max e a Red Bull, mas a confiança está em alta. Claro que é uma pista em que é difícil de ultrapassar, mas estamos bem."

Mas a grande ameaça a Verstappen não virá do australiano, punido com a perda de três posições no grid depois de atrapalhar Kevin Magnussen no Q1. Com isso, ele larga em quinto. Então é seu companheiro, Lando Norris, que vai alinhar na primeira fila ao lado de Verstappen.

O carro da Red Bull vem saindo de frente de uma maneira como não tinha acontecido antes com esse regulamento. Eles fizeram mudanças no acerto do carro durante a sexta-feira e durante o sábado que não resolveram o problema por completo.

Há várias teorias a respeito do que poderia estar acontecendo, até porque eles trouxeram uma série de pequenas mudanças aerodinâmicas no carro para esta prova, começando na asa dianteira e indo até a traseira, o que poderia estar atrapalhando o equilíbrio. E também há a questão da pista, bastante ondulada, algo que já atrapalhou a equipe a encontrar a melhor configuração para seu carro no passado nos últimos anos de domínio do time.

É por isso que a pole de Verstappen é especial. Em momento algum no fim de semana, ele tinha conseguido acertar uma volta inteira, por conta do comportamento do carro. E conseguiu por duas voltas seguidas no momento decisivo na classificação.

"Cheguei na classificação pensando que, se eu fizesse um top 5, ficaria feliz, porque ficamos tentando mudar várias coisas no carro e o equilíbrio ia ficando diferente a cada momento", reconheceu Verstappen, que comparou sua sensação no carro com a que teve no GP de Singapura ano passado, única corrida em que ele não chegou no pódio desde o final de 2022.

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"Para a corrida, não estou me sentindo bem preparado. A sexta-feira foi terrível e não conseguimos fazer uma simulação no último treino livre. A McLaren foi muito forte nas simulações deles. Eu gostaria de chegar mais bem preparado para a corrida, temos de esperar para ver o que vai acontecer".

De fato, a McLaren esteve muito forte nas retas e nas curvas de alta velocidade, mostrando que a meta de melhorar a eficiência aerodinâmica do carro foi atingida com o upgrade que estreou em Miami e que está agora totalmente instalado em ambos os carros, surtiu efeito.

Eles vêm de uma vitória na última corrida, com Lando Norris, embora isso também tenha tido muito a ver com um Safety Car que saiu logo antes da única parada do inglês na prova.

Como a McLaren pode vencer o GP da Emilia Romagna?

Mesmo que a Pirelli tenha trazido para Imola pneus mais macios do que na última corrida realizada no circuito, em 2022, as simulações de corrida realizadas na sexta-feira indicam que a estratégia de uma parada será possível, usando os médios e duros. E também existe a previsão de que o tempo esteja nublado no domingo, ao contrário do que aconteceu até aqui, e que a temperatura caia um pouco.

Para a emoção na corrida, o ideal seria que isso não acontecesse, pois o calor no asfalto poderia fazer com que os pilotos sofressem mais com o desgaste. Um problema da pista de Imola é a falta de ultrapassagens, então isso limita as opções dos estrategistas, porque mesmo com pneus novos, não é garantia que um piloto vai conseguir abrir caminho no pelotão.

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Então a saída para Norris é manter Verstappen sob pressão para que ele desgaste mais seus pneus ou fique exposto de alguma maneira, já que ele deve ter menos margem para lidar com pequenos problemas no carro, por exemplo, do que em etapas anteriores. Por outro lado, com a punição de Piastri, eles não devem mais poder aproveitar a classificação ruim de Sergio Perez, que sai apenas em 11º, e fazer um ataque 2x1.

Também dá para esperar que a Ferrari esteja forte na corrida. Eles estavam bastante confiantes com as atualizações que trouxeram para Imola e andaram forte por todo o final de semana, mas, no final da classificação, acabaram ficando a dois décimos da briga pela pole, ficando com o terceiro e quinto postos no grid. Na corrida, costumam ser mais fortes e têm um consumo de pneus mais baixo. Lutar pela vitória em uma pista estreita como Imola, portanto, seria uma surpresa.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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