Topo

Pole Position

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Como o clima pode mudar a história do GP de Ímola após pole de Verstappen

Max Verstappen, pole position em Imola, durante a sexta-feira de atividades para o GP da Emilia Romagna - Mark Thompson/Getty Images/Red Bull
Max Verstappen, pole position em Imola, durante a sexta-feira de atividades para o GP da Emilia Romagna Imagem: Mark Thompson/Getty Images/Red Bull

Colunista do UOL

22/04/2022 19h05

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A sexta-feira com um treino livre de uma hora na chuva e uma sessão de classificação tumultuada e também com condições variáveis terminou com Max Verstappen em primeiro e Charles Leclerc em segundo, mas deu poucas dicas sobre o rendimento dos carros no GP da Emilia Romagna, quarta etapa do campeonato da Fórmula 1. Ainda mais se a previsão de que não choverá mais e as temperaturas vão subir tanto para o sábado, em que será disputada a sprint, e no dia da corrida no domingo se confirmarem.

Tendo apenas uma sessão para definirem o acerto e a configuração do carro antes de entrarem em regime de parque fechado na classificação, os times tiveram que tentar adivinhar como será a evolução da pista, lembrando que os carros deste ano são totalmente novos. As condições devem ser bem diferentes na sprint, uma minicorrida que define o grid de largada neste sábado, a partir das 11h30: espera-se temperaturas quase 10 graus mais altas, sem chuva.

Na briga pela vitória tanto da sprint, que agora dá oito pontos ao vencedor ao invés dos três do ano passado, e da corrida em si no domingo, esse é um fator preocupante especialmente para a Red Bull, que tem um carro menos neutro que a Ferrari, que já demonstrou andar bem em vários tipos de condição. O carro de Verstappen e de Perez parece ter uma janela de funcionamento mais estreita, e o fim de semana da Austrália mostrou como uma previsão errada em termos de acerto pode afetar o ritmo de corrida. Isso porque, em Melbourne, Charles Leclerc dominou de uma maneira que não tinha sido vista ainda na temporada, em vantagem que foi construída principalmente no final da vida útil do pneu médio na primeira parte da corrida.

As equipes ainda terão um treino livre no sábado, antes da sprint, para entender o funcionamento dos pneus, mas não poderão fazer alterações no acerto do carro, então as decisões tomadas após o treino livre disputado sob chuva serão decisivas. Via de regra, temos visto que a Ferrari cuida melhor dos pneus que a Red Bull, então qualquer condição de pista que torne isso mais preponderante, como o aumento da temperatura, é favorável a Leclerc em teoria.

Também é verdade que a pole de Verstappen teve muito a ver com a bandeira vermelha em um momento no qual Leclerc estava mais rápido. Ele e Carlos Sainz, que acabou batendo na classificação, pareciam ter os carros mais rápidos em Imola.

Mercedes torce por aumento da temperatura

hamilton - Mark Thompson/Getty Images - Mark Thompson/Getty Images
Lewis Hamilton, durante treino classificatório do GP da Emilia-Romagna
Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Isso também é o que a Mercedes espera. O time viu seus dois pilotos sendo eliminados na segunda parte da classificação: George Russell vai largar em 11º e Lewis Hamilton, em 13º. Russell explicou que teve muitos problemas para aquecer os pneus, então a classificação acidentada, com cinco bandeiras vermelhas, atingiu a equipe alemã em cheio porque dificultou a preparação da volta ideal (que, no caso das Mercedes, era a segunda).

Caso a previsão de aumento das temperaturas se confirme, isso pode virar a favor da Mercedes, porque quer dizer que, se o superaquecimento dos pneus se tornar um problema, a deficiência deles pode significar que o desgaste seja menor na corrida. Menos na sprint, que tem um terço da distância do GP, e mais no domingo. "Temos uma boa chance de recuperar as posições na corrida", acredita Russell, que é segundo no campeonato.

Outra equipe para ficar de olho é a McLaren, que tem Lando Norris em terceiro e Daniel Ricciardo em sexto no grid da sprint. Especialmente Lando acredita estar fora de posição e vai tentar usar o fato de ser difícil ultrapassar em Imola para capitalizar. "Há muitas questões em aberto. O que a gente fez com o acerto, por exemplo. Será que vai funcionar também em uma pista totalmente seca? Mas nos demos uma boa oportunidade de marcar muitos pontos. Na verdade prefiro que esteja seco até porque aí é mais difícil ultrapassar."

Norris terá a seu lado na segunda fila a surpresa Kevin Magnussen, cuja Haas andou bem na chuva no treino livre e também com a pista mais seca na classificação. A equipe é outra incógnita para o GP da Emilia Romagna, que terá largada às 10h do domingo.