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Igualando melhor início de ano da carreira, Hamilton quer apressar contrato

Lewis Hamilton passa em frente aos mecânicos da Red Bull após vencer o GP da Espanha de Fórmula 1 - REUTERS/Nacho Doce
Lewis Hamilton passa em frente aos mecânicos da Red Bull após vencer o GP da Espanha de Fórmula 1 Imagem: REUTERS/Nacho Doce

Colunista do UOL

10/05/2021 05h11

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Igualando o melhor início de temporada da carreira, que teve em 2015, com três vitórias e um segundo lugar em quatro corridas disputadas até aqui na Fórmula 1, Lewis Hamilton já começa a falar em começar as conversas para a renovação de seu contrato com a Mercedes. O heptacampeão quer evitar ter suas férias "arruinadas" com as negociações, como aconteceu nos primeiros meses deste ano, quando ele acabou assinando uma extensão de apenas um ano com a equipe alemã.

Após vencer o GP da Espanha no último domingo, Hamilton disse que não quer apressar as negociações, mas acha que é mais "sensato" iniciar logo as conversas. "Esses contratos são muito complexos, então espero que possamos começar logo, desde que não interfira com o trabalho real."

Não se sabe quem negociaria o novo contrato por Hamilton, uma vez que ele encerrou a parceria de longa data com Mark Hynes, ex-piloto que atuava como seu assessor pessoal. Outra questão é a duração que o novo acordo teria. Hamilton está com 36 anos e sempre disse que não se via correndo por muito mais tempo. No entanto, a briga atual com Max Verstappen parece ter reacendido a vontade do inglês, que inclusive se voluntariou para fazer um teste, logo depois do GP da Emilia Romagna, com os pneus que a Pirelli está preparando para 2022, algo incomum para ele, que reconhece que não gosta de testar.

"Ainda temos 19 corridas pela frente, mas seria ótimo colocar algo no lugar antes da pausa de agosto para que possamos ter uma ideia clara de como será o futuro", disse Hamilton, referindo-se à parada do campeonato entre os GPs da Hungria, dia 1º de agosto, e da Bélgica, três semanas depois.

O que Hamilton quer evitar a todo custo é viver a mesma situação do ano passado, quando ele decidiu com o chefe Toto Wolff que as negociações só começariam após a decisão dos campeonatos de pilotos e construtores. Logo depois que isso aconteceu, no entanto, ele pegou covid, e depois o próprio Wolff também foi infectado no começo de janeiro, e as negociações se estenderam até o início de fevereiro. No processo, Hamilton dispensou boa parte do time que trabalhava com ele.

"Não queremos estar na mesma posição em que estávamos em janeiro, em fevereiro. Isso arruinou todo o meu inverno e tenho certeza de que não foi bom também para o Toto, porque foi como se nós não tivéssemos tido muita folga [entre uma temporada e outra].

Perguntado sobre quando começaria as negociações, Wolff concordou com Hamilton que é melhor apressar o processo, já que o piloto demonstra que quer continuar na F1. "Aprendemos a lição e não vamos deixar isso para as férias. Estamos em um momento muito bom e nosso relacionamento está se fortalecendo a cada ano e é hora de realmente dar um empurrãozinho e começar a conversar e isso é o que vamos fazer em breve."

Não que todo o estresse das férias pareçam estar atrapalhando Hamilton na pista. O inglês é conhecido por não começar muito bem os campeonatos e ir crescendo ao longo do ano. Porém, talvez até porque a Mercedes não tinha a mesma vantagem dos últimos anos logo de cara no campeonato, ele vem em excelente forma, tendo seu melhor início de temporada desde 2015, quando também vinha em uma briga apertada com seu então companheiro, Nico Rosberg.

No último final de semana, Hamilton teve a estratégia alterada no meio da corrida, fez uma parada que o deixou mais de 20s atrás de Max Verstappen, que o tinha ultrapassado na largada, tirou toda a desvantagem em passou o holandês, que agora está a 14 pontos de Hamilton, que lidera o mundial após quatro etapas. Também em Barcelona, ele chegou a 100 poles positions e está a duas conquistas de sua vitória número 100 na carreira, que começou em 2007.