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ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Mercedes provou em pista de tira-teima que está mais forte que a Red Bull

Lewis Hamilton e Max Verstappen no pódio do GP da Espanha de Fórmula 1 em 2021 - REUTERS/Albert Gea
Lewis Hamilton e Max Verstappen no pódio do GP da Espanha de Fórmula 1 em 2021 Imagem: REUTERS/Albert Gea

Colunista do UOL

09/05/2021 14h51

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Quando Max Verstappen percebeu que os pneus dele acabaram antes dos de Lewis Hamilton na primeira metade da corrida mesmo que ele estivesse com o ar limpo à frente na liderança enquanto o inglês não saía da sua cola, raramente ficando a mais de 1s5 de distância em uma pista em que é tão difícil seguir um rival de perto sem perder rendimento, ele sabia que seria muito difícil vencer o GP da Espanha: a Mercedes do rival não só tinha um ritmo melhor, como também não era tão dura quanto a Red Bull com os pneus.

O time alemão tinha ainda outra arma, a estratégia. Quando ficou claro que Hamilton tinha um rendimento melhor, mas não havia uma vantagem suficiente para ele sequer conseguir colocar de lado na reta mesmo usando o DRS, era a hora de a Mercedes partir para o plano B, chamando Hamilton para os boxes para colocar pneus novos e usar o ritmo superior. Ele tirou mais de 20s de diferença, passou Verstappen e venceu pela terceira vez em quatro corridas.

Não ajudou Max o fato de o sol ter aparecido e a temperatura da pista ter subido bem na hora em que o holandês tentava cuidar dos seus pneus. Mas o piloto da Red Bull demonstrou sentir o golpe porque o GP da Espanha costuma revelar qual é o real rendimento dos carros, e deixou claro quem tem o conjunto mais veloz neste momento do campeonato.

"Estava faltando ritmo de corrida. Em todas as corridas até aqui parece que somos piores que eles corridas em comparação com a diferença em classificação. É uma tendência em que precisamos trabalhar porque está ficando um pouco demais e isso não é bom. Se eu tivesse parado antes dele, ele teria continuado na pista e teria ganho. Eu não iria ter ritmo para passá-lo", disse Verstappen.

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Max Verstappen, da Red Bull, lidera o GP da Espanha de Fórmula 1 à frente de Lewis Hamilton, da Mercedes
Imagem: REUTERS/Albert Gea

Essa briga só aconteceu porque Verstappen, que largou em segundo, passou Hamilton na primeira curva. O inglês, depois do encontro dos dois na pista na primeira curva de Imola, desta vez tirou o pé.

"Era para ser uma estratégia de uma parada, mas perdemos a liderança na primeira curva, o que tornou a corrida emocionante no final das contas. Acho que, se eu tivesse ficado na frente na largada, provavelmente teria continuado na frente porque tinha mais ritmo do que Max hoje. Mesmo assim, ter que fazer uma segunda parada e me recuperar na pista? foi difícil", disse Hamilton, que revelou ter aprendido um pouco mais sobre a tocada de seu rival depois de ficar por mais de 40 voltas vendo a traseira da Red Bull de perto. "Aprendi muito vendo ele, a maneira como ele usa os pneus. Talvez mais do que já aprendi antes."

A questão é se Hamilton vai usar esse conhecimento a partir daqui, ou se a vantagem da Mercedes já é suficiente para que ele já não tenha que se preocupar tanto assim com a ameaça do jovem holandês.

A terceira colocação ficou com Valtteri Bottas, que ficou fora de combate depois de perder a posição para Charles Leclerc, da Ferrari. O desempenho do carro italiano chamou a atenção e foi melhor que a McLaren pela primeira vez no ano, ao passo que a Alpine confirmou sua melhora, mas mais no ritmo de classificação do que de corrida, enquanto a Aston Martin de Sebastian Vettel continua trazendo novidades para o carro que funcionam de acordo com a equipe, mas que não conseguiram pontuar em um circuito que deixa bastante claro qual a relação de forças entre as equipes, por ser um traçado completo. E que, pelo menos desta vez, não foi decidido nos primeiros metros.