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F1 aperta o cerco de limites de pista em Imola após polêmica do primeiro GP

Sergio Perez saindo da pista durante o GP da Emilia Romagna do ano passado - Joe Portlock/Getty Images
Sergio Perez saindo da pista durante o GP da Emilia Romagna do ano passado Imagem: Joe Portlock/Getty Images

Colunista do UOL

16/04/2021 04h00

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Depois do vai e vem de determinações da direção de prova que acabou gerando polêmica na primeira corrida do ano, no Bahrein, a Fórmula 1 vai adotar um sistema mais claro para tentar coibir que os pilotos ganhem vantagem saindo da pista na corrida deste final de semana, em Imola, na Itália. Três pontos do circuito serão monitorados desde os treinos livres desta sexta-feira.

A questão dos limites de pista não é tão complicada no circuito de Imola, que tem várias áreas de escape com brita, o que faz com que não seja vantajoso para os pilotos adotar linhas diferentes, como era o caso em alguns pontos no circuito do Bahrein, cujas áreas de escape são, em parte, asfaltadas. Mesmo assim, no ano passado, quando a F1 voltou a Imola depois de 14 anos, a lista dos trechos em que a direção de prova estaria de olho na corrida mudou duas vezes.

Foi por conta disso que houve muita polêmica após o GP do Bahrein: naquele caso, uma regra que valia para a classificação, não valia para a corrida, o que confundiu alguns pilotos. Na definição do grid, a volta seria deletada caso o piloto saísse da pista na curva 4. Na corrida, não. Porém, ao ver Lewis Hamilton usando a parte de fora da pista na primeira parte do GP, a direção pareceu mudar de ideia por entender que o piloto estava levando vantagem.

Não é por acaso, portanto, que o documento que rege este tipo de regra que é adaptada de acordo com a pista - as chamadas "anotações da direção de prova" - desta vez foi redigido de maneira bastante clara: nas saídas das curvas 9 e 15, e na tangente da curva 13, os limites de pista serão observados de perto, ou seja, o piloto não poderá sair com as quatro rodas da pista.

"Cada vez que o piloto não usar a pista nestes trechos, as equipes serão informadas. Na terceira ocasião em que isso acontecer, o piloto receberá uma bandeira preta e branca. Se houver mais um corte depois disso, a direção de prova vai reportá-lo aos comissários."

Ou seja, haverá uma tolerância de três vezes. Na quarta, caberá aos comissários definir se o piloto será punido e qual será a punição.

Há quem possa perguntar por que a punição já não é automática, mas não dá para cravar que o piloto ganha tempo toda vez que sai da pista. Como o que estaria sendo punido é o fato de se ganhar uma vantagem ou não, é preciso avaliar caso a caso. Se o piloto está seguindo outro de perto e perde pressão aerodinâmica, ou se os pneus dele estão muito desgastados, por exemplo, ele pode até mesmo perder tempo saindo da pista.

Não que essa discussão seja nova, apesar de ter ganhado as manchetes por conta das mensagens confusas durante o GP do Bahrein. Desde que as áreas de escape asfaltadas foram introduzidas para se tornarem mais seguras, a F1 e outras categorias passaram a ter problemas com limites de pista, como lembrou o piloto com mais largadas na história da categoria, Kimi Raikkonen.

"Faz anos que é a mesma coisa, e não vai mudar. Aqui, o problema são as chicanes, e é claro que se colocarmos grama ou areia ninguém vai querer sair da pista, mas outros tipos de carros e também as motos usam as mesmas pistas e há requerimentos diferentes em termos de segurança. E, para os circuitos, faz sentido atender ao máximo possível de categorias", explicou. "Não acho que havia qualquer coisa que não estivesse claro no Bahrein. Todo mundo sabia quais eram os limites."

Para os treinos livres desta sexta-feira em Imola, os tempos feitos por fora dos limites de pista são simplesmente deletados. O mesmo vai acontecer na classificação, deixando a maior chance de polêmica para a corrida, quando vale a regra que agora foi especificada pelo diretor de prova, Michael Masi.