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Ricciardo gosta das corridas curtas, mas teme que vitórias se tornem banais

Daniel Ricciardo foi apresentado oficialmente como piloto da McLaren no dia do lançamento do carro de 2021 - Reprodução/McLaren
Daniel Ricciardo foi apresentado oficialmente como piloto da McLaren no dia do lançamento do carro de 2021 Imagem: Reprodução/McLaren

Colunista do UOL

16/02/2021 04h00

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A temporada da Fórmula 1 vai começar em pouco mais de um mês, mas há uma mudança que pode acontecer ainda em 2021: a adoção de corridas curtas, aos sábados, que serviriam para formar o grid da prova principal no domingo. Isso aconteceria em apenas três etapas no campeonato - a princípio, os GPs do Canadá, da Itália e do Brasil. A proposta está sendo avaliada pelas equipes e ganhou um apoiador (ainda que com ressalvas): Daniel Ricciardo.

O piloto, que correrá pela McLaren neste ano, era contra a primeira ideia da F1, de fazer uma corrida curta no domingo com as posições do grid invertidas em relação ao campeonato, ou seja, o primeiro na tabela larga em último, o segundo em penúltimo, e aí por diante. Essa ideia foi deixada para trás depois que as equipes votaram contra a proposta em três oportunidades nos últimos dois anos. Agora, a discussão voltou a entrar em pauta sem o grid invertido. E Ricciardo agradece.

''No começo, estava meio apreensivo, mas sinto que essa ideia é melhor do que a do grid invertido. No final das contas, se os melhores carros e os melhores times saem ganhando e não é algo manipulado ou artificial, é algo de que tenho menos medo', disse o australiano.

A ideia que está sendo considerada é diminuir o número de treinos livres e fazer a classificação na sexta-feira nestas três provas. Essa classificação serviria para definir o grid da corrida curta do sábado, que valeria metade dos pontos da prova de domingo, cujo grid seria definido pelo resultado da primeira corrida.

Para Ricciardo, a única preocupação é que a corrida curta não diminua a importância de vencer uma prova de Fórmula 1.

''O que eu mais gosto é de competir, e adoraria fazer mais corridas e menos treinos livres, por exemplo. Então seria algo que iria mais para o lado que eu gosto. Mas o principal é que eu quero que vencer uma corrida de F1 ainda seja algo tão grande quanto deveria ser. Não quero que uma vitória de F1 seja menor do que deveria, ou fique diluída. Então se eles adicionarem outra corrida para o final de semana, contando que ela tenha o mesmo valor, eu certamente teria a mente mais aberta em relação a isso.''

Ricciardo foi o primeiro piloto a se posicionar sobre o tema, depois que a F1 tentou fazer uma votação na semana passada entre as equipes, que pediram mais tempo para avaliar as implicações da proposta, que foi bem recebida. Mesmo que essa corrida extra só seja realizada em três das 23 etapas programadas no campeonato, isso gera aumento de custos, e também há outras implicações, como o funcionamento da chamada regra de parque fechado, que limita bastante o que pode ser feito nos carros entre a classificação e a corrida.

A novidade precisa de pelo menos oito votos entre as 10 equipes para ser aprovada e faz parte de uma tentativa da F1 de avaliar mudanças no formato do final de semana, uma vez que existe a avaliação de que principalmente os mais jovens consideram as corridas muito longas.

Cada GP na categoria tem 300km mais uma volta, e a duração depende da velocidade média da pista, indo de pouco mais 1h15 até perto de 2h. A ideia é que a corrida curta ocupe o período de uma hora que seria dedicado à classificação normalmente, mas incluindo o procedimento de largada e pódio. Assim, ela teria 100km no total.

Uma decisão precisa ser tomada antes que a temporada comece, no dia 28 de março, com o GP do Bahrein.