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Renault desiste de apelo que buscava aumentar punição a rival por cópia

Carro da Racing Point no circuito de Hungaroring - Divulgação/Racing Point
Carro da Racing Point no circuito de Hungaroring Imagem: Divulgação/Racing Point

Colunista do UOL

25/08/2020 17h06

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Depois de fazer sucessivos protestos questionando a legalidade dos dutos de freio da Racing Point, a Renault se disse satisfeita com as discussões que geraram mudanças nas regras a partir de 2021 e decidiu retirar seu apelo à decisão inicial da Federação Internacional de Automobilismo. Apesar de ter ganho os protestos contra a Racing Point nos GPs da Estíria, Hungria e Grã-Bretanha, a Renault não tinha ficado satisfeita com a punição de 15 pontos e cerca de 2.5 milhões de dólares dada pela FIA à equipe inglesa, cujo carro foi apelidado de Mercedes rosa devido à semelhança com o equipamento do time hexacampeão do mundo.

A Renault sempre deixou claro que seu objetivo maior com os protestos era obter esclarecimentos a respeito dos limites do que seria considerado uma cópia. O time escolheu protestar os dutos de freio justamente porque, até o ano passado, era legal uma equipe vender essa peça para outra, e a Racing Point, cliente da Mercedes, conhecia a fundo a peça que comprava legalmente do time alemão. O status dos dutos de freio mudou em 2020, e o projeto deve ser exclusivo de cada equipe. E a Racing Point foi considerada culpada por não ter mudado seu duto de maneira significativa.

Como pano de fundo desta briga, as equipes negociavam os últimos detalhes do pacto da Concórdia, um contrato que rege a divisão do dinheiro e as linhas gerais de como o esporte é governado. E a Renault queria se certificar que o acordo garantiria que as equipes continuassem tendo de ser construtoras, ou seja, projetar seus próprios carros.

"Acima das decisões em si, o que estava em jogo era vital para a integridade da F1, tanto durante a temporada atual, quanto no futuro. Todavia, um trabalho intenso e construtivo entre a FIA, a Renault e todos os atores da F1 nos levou a ter um progresso concreto para salvaguardar a originalidade no esporte, por meio de mudanças no regulamento esportivo e técnico planejados para 2021, confirmando os requerimentos para uma equipe se qualificar como construtora", explicou a Renault em comunicado. "Atingir esse objetivo estratégico, no contexto do novo pacto da Concórdia, era nossa prioridade."

Mas a briga ainda não acabou: a Ferrari também tinha confirmado que apelaria para tentar aumentar a punição à Racing Point, e a própria equipe também disse que tinha a intenção de apelar para limpar sua imagem, uma vez que eles seguem afirmando que o projeto dos dutos de freio é deles. Mas é esperado que pelo menos a Ferrari desista de apelar agora que a crise já gerou as mudanças no regulamento, que ainda não foram divulgadas, que as rivais das Mercedes rosa vinham pedindo.

A decisão de inspirar-se abertamente no carro da Mercedes tem gerado ótimos frutos para a Racing Point, que ocupa a terceira posição no mundial de construtores após seis corridas disputadas.