Análise do GP: Pilotos 'no escuro' e Bottas tentando dar uma de Hamilton
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Os números de Lewis Hamilton, que acaba de chegar a 91 poles positions na Fórmula 1, são "aditivados" pela vantagem da Mercedes nos últimos anos, mas várias vezes escondem histórias como a deste sábado, em Silverstone: na tentativa de prever as condições de pista sem todo o calor da sexta-feira, ele não tinha o carro na mão em nenhum momento, sendo mais lento que o companheiro Valtteri Bottas desde o último treino livre. Para piorar, cometeu um erro e arruinou um jogo de pneus médios. Mas virou o jogo na hora que importa, na última parte da classificação, e largará pela sétima vez na frente em casa.
Com Bottas, aconteceu o contrário: o comportamento da traseira do carro mudou no Q3, e ele teve de se contentar com o segundo lugar no grid de uma corrida que deve ser controlada pelas duas Mercedes, já que a pista de Silverstone é daquelas pistas que casam muito bem com o conjunto carro-motor do time alemão. Mas como bater Hamilton na corrida? A inspiração de Bottas é sua própria derrota do ano passado.
Estratégias diferentes na Mercedes?
O chefe da equipe, Toto Wolff, já deu a deixa para Bottas. "Nós deixamos o primeiro colocado escolher o que fazer, essa é a nossa política. Mas se piloto que vem atrás quiser ficar mais tempo na pista e conseguir manter um bom ritmo, não vejo problema nenhum." Foi justamente assim que Hamilton bateu Bottas ano passado: após atacar o finlandês por algumas voltas, fazendo-o gastar seus pneus, Hamilton diminuiu o ritmo e, quando Bottas parou, seguiu na pista por mais quatro voltas e retornou na frente do companheiro quando fez sua parada. E venceu a corrida.
Para fazer este mesmo tipo de tática funcionar, contudo, Bottas precisa de um bom ritmo. Ele acredita que foi bem nas simulações de corrida da sexta-feira, mas o que isso vai significar para o domingo, com as temperaturas bem mais baixas?
Claro que a estratégia não é a única chance de Bottas, ainda mais em uma pista como a de Silverstone. "É uma pista em que dá para ultrapassar, em que será muito importante cuidar dos pneus, em que há muitos incidentes. É raro termos uma corrida pouco movimentada aqui", lembrou o engenheiro-chefe da Mercedes, Andrew Shovlin.
O que aconteceu com a Mercedes rosa?
Lance Stroll liderou a sexta-feira de treinos livres, mas foi apenas sexto na classificação, enquanto Nico Hulkenberg ainda está se ajustando depois de ser chamado às pressas para substituir Sergio Perez. O diretor-técnico, Andrew Green, reconheceu que o time não conseguiu extrair o máximo do carro na classificação. "Tem a ver com a mudança no clima, sim, mas também com o uso da energia da unidade de potência. Não conseguimos usá-la da melhor forma possível. Acho que já vimos indícios do que o carro pode fazer, mas descobrimos também que é difícil mantê-lo no topo por muito tempo. E também é fato que não somos os únicos que estão tendo dificuldades."
Ou seja, ainda que a classificação tenha deixado a desejar, a expectativa é de que o ritmo seja melhor na corrida. Mas a chance de pódio de Stroll depende do quanto ele vai conseguir ganhar espaço na primeira parte de corrida, já que é um dos pilotos que adotarão a tática de largar com o pneu médio.
Táticas diferentes no top 10
Os primeiros metros do GP da Inglaterra prometem ser interessantes: dentro do top 10, cinco pilotos vão largar com o pneu médio, que dá menos aderência inicialmente, mas depois dura por mais voltas, e cinco usarão o pneu macio. Isso significa que podemos ver diferenças marcantes de desempenho na largada e na primeira volta.
Os quatro primeiros colocados - Hamilton, Bottas, Verstappen e Leclerc - no grid estarão com os menos aderentes médios, e Lando Norris é o primeiro entre os que largam com os macios. Stroll estará ao seu lado na terceira fila também com os médios, e os outros quatro do top 10 também estarão com os macios.
Será interessante ver o que os pilotos que estão logo atrás vão fazer. Eles podem escolher seus compostos e especialmente Alex Albon, 12º, e Nico Hulkenberg, 13º, que estão largando fora de posição, com carros que deveriam estar mais à frente, podem tentar usar os macios no começo da prova para ganhar o máximo de posições possível.
Quem fez a melhor aposta?
A preparação para o GP da Grã-Bretanha foi diferente do normal devido ao calor da sexta-feira e devido ao fato de a pista não estar sendo usada tão frequentemente quanto o normal, em tempos de pandemia. Por conta disso, Carlos Sainz, que larga em sétimo pela McLaren, disse que ninguém sabe exatamente como os carros vão se comportar. "Cada um fez a sua aposta. Parece que os pneus dianteiros vão sofrer mais do que os traseiros, que foram os pneus problemáticos na sexta-feira. Temos de ter cuidado. A pista já mudou muito de sexta para sábado, então o que aprendemos nos treinos livres não vale nada."
A quarta etapa do calendário tem largada às 10h10 da manhã deste domingo. Hamilton lidera o campeonato com cinco pontos de vantagem para Bottas.
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