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Por que as Mercedes estão tranquilas após "Mercedes rosa" liderar treinos

Lewis Hamilton, da Mercedes, durante os treinos livres do GP da Grã-Bretanha - LAT Images/Mercedes
Lewis Hamilton, da Mercedes, durante os treinos livres do GP da Grã-Bretanha Imagem: LAT Images/Mercedes

Colunista do UOL

31/07/2020 16h38

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Lance Stroll com a Racing Point em primeiro, Alex Albon com a Red Bull em segundo, e a primeira Mercedes, de Valtteri Bottas, aparecendo apenas em terceiro. O líder do campeonato, Lewis Hamilton, só em quinto. Kimi Raikkonen colocando a Alfa Romeo no top 10. Isso sem falar em Max Verstappen em 14º e Sebastian Vettel em antepenúltimo. Os resultados dos treinos livres para o GP da Grã-Bretanha mostram vários carros fora de posição, mas a maioria destes resultados tem a mesma explicação: o clima. Ou melhor, a previsão de tempo bastante diferente para o final de semana em Silverstone.

Sabendo que a temperatura deve cair em cerca de 30% e que a direção do vento vai mudar, as equipes não focaram tanto em tirar o máximo do rendimento dos carros nos treinos livres. E nem faria sentido: uma pista diferente na classificação e na corrida significa que os acertos também terão que mudar, e esse é o jogo de adivinhação que será decisivo para q quarta etapa do campeonato.

Por que a temperatura afeta tanto?

O calor na pista, aliado às curvas de alta velocidade de Silverstone, que fazem com que mais energia seja colocada nos pneus, aumenta o desgaste principalmente dos pneus traseiros. Então se as equipes focassem demais em tentar resolver isso por meio do acerto do carro, sofreriam no restante do final de semana. Isso porque é esperado que a temperatura caia em mais de 10 graus desta sexta para o sábado. Então um carro que hoje poderia estar superaquecendo os pneus traseiros, especialmente o composto macio, que estava sofrendo mais com o calor, pode ter dificuldade em aquecê-lo na classificação caso a equipe busque um acerto mais voltado à situação de asfalto mais quente, da sexta-feira.

Então a grande chave deste final de semana é entender, com os dados da sexta-feira, como a pista vai evoluir sem tanto calor. E sem estar tão emborrachada como em anos anteriores, uma vez que por conta do coronavírus, Silverstone não tem sido tão usada como normalmente.

Não é por acaso, portanto, que até mesmo o líder do dia, Lance Stroll, estava confiante, porém cauteloso em relação a suas chances. "O carro estava muito bom, a sensação foi ótima. Já tínhamos a expectativa de ir bem e foi um bom dia, mas a classificação é amanhã", lembrou o canadense. De fato, é esperado que a "Mercedes rosa" se dê bem

Vento é outro fator

stroll silverstone - Divulgação/Racing Point - Divulgação/Racing Point
Lance Stroll, da Racing Point, liderou a sexta-feira em Silverstone
Imagem: Divulgação/Racing Point

Antigo campo de treinamento da aeronáutica britânica na Segunda Guerra Mundial, a pista de Silverstone não tem montanhas por perto e é muito suscetível a mudanças na direção do vento. E é isso que deve acontecer, juntamente com a mudança da temperatura. Isso muda o comportamento dos carros, como explicou Bottas. "Não estou preocupado [com o resultado da sexta] porque o equilíbrio do carro parece estar bom, mas a Racing Point e a Red Bull parecem estar bem também. As condições vão ser muito diferentes amanhã. A pista vai estar muito mais fria e o vento vai mudar, o que muda muito a condição de pista aqui."

Tanto é que, mesmo tendo sido mais rápido que as duas Mercedes nesta sexta, nem Albon acredita que eles estejam em dificuldades. "Tenho certeza que a Mercedes está escondendo muito do que eles podem fazer. E o vento vai mudar amanhã. Vamos ver quem consegue prever melhor como a condição de pista estará."

Ferrari com problemas. Com ou sem vento

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Sebastian Vettel a bordo da Ferrari em Silverstone
Imagem: Colombo Images/Ferrari

Kimi Raikkonen, que largou na última posição no GP da Hungria, há duas semanas, disse que a Alfa Romeo melhorou com as atualizações que está usando em Silverstone, mas ainda reconhece que o top 10 não é exatamente só por mérito de seu time. A sexta-feira teve Max Verstappen em 14º depois de o holandês abortar sua simulação de classificação por ser atrapalhado por uma Haas e Sebastian Vettel tendo um dia para esquecer: depois de perder a primeira sessão inteira por uma falha no arrefecimento do motor, ele sentiu um problema no freio quando se preparava para uma simulação de classificação, e depois que o problema foi solucionado, não conseguiu uma boa sequência. "Aqui é preciso dar muitas voltas para entrar no ritmo e não conseguimos fazer isso. Mas deu para aprender um pouco para amanhã: precisamos melhorar o carro."

O que Vettel sentiu mesmo dando poucas voltas também foi destacado pelo companheiro Leclerc. "Precisamos trabalhar no ritmo de corrida. O carro estava muito difícil de pilotar. Talvez o caminho seja sacrificar um pouco o ritmo de classificação. Mas também temos de prever o que vai acontecer com a pista quando estiver menos quente."

O trabalho de análise de dados e preparação para o último treino livre, que acontece poucas horas antes da classificação, começando às 7h pelo horário de Brasília, será muito importante para que as equipes entendam qual a direção certa a tomar para a definição do grid, que começa às 10h da manhã, e para a corrida, com largada às 10h10 do domingo.