Há um ano, Leclerc aparecia para o mundo e mudava a dinâmica na Ferrari
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O monegasco Charles Leclerc hoje é considerado o futuro da Ferrari, com contrato com a Scuderia até 2024, e tendo a garantia do chefe Mattia Binotto de ter tratamento igual ao do tetracampeão Sebastian Vettel internamente. Essa história começou para valer exatamente há um ano, quando o piloto, então com 21 anos e apenas em sua 23ª etapa na Fórmula 1, conquistou sua primeira pole position e quase venceu o GP do Bahrein.
A data não passou despercebida pelo monegasco. "Há exatamente um ano consegui a minha primeira pole position na Fórmula 1", publicou na segunda-feira. "Tenho saudades daquela sensação de conduzir um carro de F-1 e espero que tudo isto melhore brevemente. Protejam-se e espero partilhar outros momentos como este muito em breve", disse, referindo-se a este período no qual a categoria espera a melhora do cenário de pandemia.
Leclerc estreou na Fórmula 1 pela Alfa Romeo, em 2018, com muita expectativa, depois de ter sido campeão da GP3 e da F-2 com facilidade. Piloto da academia da Ferrari, ele estava destinado a subir para a Scuderia, mas o fato de o time ter escolhido não renovar com Kimi Raikkonen para promovê-lo surpreendeu muitos no final daquele ano. E Leclerc começou sua jornada na Ferrari respondendo muitas questões sobre estar preparado para aguentar a pressão que vem com o macacão vermelho.
Mas quem duvidava da capacidade de Leclerc ganhou seu primeiro cartão de visitas há justamente um ano. Aos 21 anos de 166 dias, ele se tornou o piloto mais jovem a conquistar uma pole position pela Ferrari e vinha com grandes chances de vencer a prova até ter um problema no motor.
Foi mesmo um final de semana quase perfeito de Leclerc, apenas em sua segunda corrida pela Ferrari: ele liderou duas das três sessões de treinos livres, a pole e a volta mais rápida da corrida. Na largada, perdeu duas posições e, mesmo assim, não se desesperou: ultrapassou Valtteri Bottas rapidamente e passou a disputar com o companheiro Vettel. Mesmo ouvindo da equipe que deveria esperar e não atacar o alemão, Leclerc foi para cima e o passou, voltando à primeira colocação.
Tudo parecia caminhar tranquilamente para uma vitória até que o motor de Leclerc começou a perder potência, e ele acabou chegando em terceiro. "Infelizmente, não foi nosso dia. Mas estou extremamente confiante", disse Leclerc na época.
A performance serviu como um cartão de visitas para os rivais, especialmente depois que Vettel rodou sozinho enquanto disputava com Lewis Hamilton, que acabou vencendo a corrida. Não demorou para a posição de primeiro piloto do alemão ser questionada em Maranello.
"Precisamos tirar o que foi positivo e voltar mais fortes: tivemos um bom carro neste final de semana e vimos que podemos contar com ambos pilotos", reconheceu Binotto após a prova.
A performance de Leclerc também impressionou a concorrência: Toto Wolff destacou a personalidade do monegasco. "Ele é um cara humilde e rápido. É ótimo ter essa combinação de velocidade e essa personalidade de conseguir controlar as emoções."
De Hamilton, Leclerc ouviu após a prova que ele "ainda teria muitas vitórias pela frente". Mas, por uma combinação da queda de rendimento da Ferrari e alguns erros do time e do próprio Leclerc em corrida como Mônaco e Azerbaijão, a primeira vitória do monegasco aconteceu só no GP da Bélgica, em agosto. Ainda assim, ele foi o piloto que mais somou poles durante o ano e acabou marcando mais pontos que Vettel no campeonato, terminando em quarto lugar.
A temporada da Fórmula 1 atualmente está marcada para começar com o GP do Canadá, dia 14 de junho, mas os organizadores estão esperando o desenvolvimento da pandemia para decidir se adiam a prova, algo que já aconteceu com os GPs do Bahrein, Vietnã, China, Espanha, Holanda e Azerbaijão. Os GPs da Austrália e de Mônaco foram cancelados. A expectativa da F-1 é conseguir fazer pelo menos 15 dos 22 GPs inicialmente programados para a temporada.
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