Topo

Pole Position

Duplo pódio brasileiro e Galvão na Band: os 40 anos de um GP histórico

GP de F1 de Long Beach (EUA): Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Riccardo Patrese no pódio - Hoch Zwei/Corbis via Getty Images
GP de F1 de Long Beach (EUA): Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Riccardo Patrese no pódio Imagem: Hoch Zwei/Corbis via Getty Images

Colunista do UOL

30/03/2020 07h15

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

O GP do Oeste dos Estados Unidos de 1980 completa 40 anos nesta segunda-feira e é um dos mais clássicos para os brasileiros na Fórmula 1. Primeira vitória de Nelson Piquet, com direito a grand chelem (quando o piloto larga na pole, lidera todas as voltas da corrida, vence e faz a volta mais rápida, obtendo um resultado perfeito), último pódio de Emerson Fittipaldi e tudo com narração de Galvão Bueno pela TV Bandeirantes.

A quarta corrida da temporada 1980 - sim, ela começou em janeiro! - não poderia ter sido melhor para Piquet. Então aos 27 anos e fazendo sua segunda temporada completa, o brasileiro colocou a Brabham na pole com quase um segundo de vantagem para o segundo colocado. E essa supremacia só foi confirmada na corrida. Ele liderou todas as voltas e fez a volta mais rápida, vencendo pela primeira vez na F-1 com direito a grand chelem.

Desde a largada ficou claro que dificilmente alguém tiraria a vitória de Piquet naquela tarde, e seu rival mais forte em Long Beach, Alan Jones, que viria a ser o campeão da temporada, ficou pelo caminho quando colidiu com um retardatário. Com isso, o brasileiro cruzou a linha de chegada com 49s de vantagem para o segundo colocado, Riccardo Patrese, pilotando uma Arrows. Mas sua festa no pódio foi com o terceiro colocado, Emerson Fittipaldi que, aliás, já tinha um ótimo histórico em Long Beach, tendo pontuado lá pela primeira vez com seu próprio carro em 76 e conquistado um top 5 no ano seguinte. Naquele que seria o último pódio do bicampeão, que largara em 24º e escalara o pelotão numa prova de muitos incidentes, a celebração acabou sendo uma espécie de troca de bastão e gerou uma das imagens mais clássicas do Brasil na Fórmula 1.

Seria uma das três vitórias do vice-campeão naquele ano, com uma equipe que seria a terceira no campeonato. E também a primeira vitória brasileira desde o GP da Inglaterra de 1975. E Galvão? Quando a Bandeirantes ficou com os direitos de transmissão da F1, ele narrou 10 corridas por lá.

Mas nem tudo foi celebração naquele GP. Clay Regazzoni sobreviveu aos anos mais perigosos da década de 1970, mas acabou sofrendo o acidente que encerrou sua carreira naquele domingo na Califórnia. Ele chocou-se com um carro que estava estacionado no canto da pista, depois de um abandono ainda na primeira volta, e sofreu uma lesão na espinha que o deixou paraplégico.

Falando em lendas da década de 1970, curiosamente era para James Hunt estar no grid em Long Beach. O campeão de 1976 tinha feito um acordo com a Marlboro para substituir Alain Prost, que quebrara o pulso no GP da África do Sul. Ele levaria 500 mil para correr só aquela prova, mas quebrou a perna esquiando antes de fechar o negócio e ficou de fora.

Este aniversário é mais um que acontece nos últimos dias, depois das duas vitórias de Senna no Brasil, em 91 e 93. Olhar para o passado tem sido a solução para os fãs da categoria, que não tem data para começar, ainda que a primeira prova que ainda não foi cancelada ou adiada oficialmente seja o GP do Canadá. Os organizadores pediram mais uma semana para dar uma resposta definitiva, enquanto fala-se em tentar começar a temporada na Europa (França ou Áustria) sem público, ou apenas em julho.