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Olhar Olímpico

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Brasil sente a juventude, para em Egonu e é prata na Liga das Nações

Seleção feminina de vôlei medalhista de prata na VNL - FIVB
Seleção feminina de vôlei medalhista de prata na VNL Imagem: FIVB

17/07/2022 13h59

Mesmo contando com um grupo em sua maioria renovado na comparação com o ano passado, o Brasil é vice-campeão da Liga das Nações de Vôlei no feminino. Depois de 12 vitórias em 14 jogos, o jovem time brasileiro sentiu o peso de uma partida decisiva, parou em mais uma ótima atuação de Paola Egonu, melhor do mundo, e perdeu da Itália por 3 sets a 0, parciais de 25/23, 25/22 e 25/22, em Ancara (Turquia).

O título é inédito para a Itália, já que nas três primeiras edições da Liga das Nações, torneio que é herdeiro do Grand Prix, os Estados Unidos foram campeões. Dessa vez as americanas caíram nas quartas de final para a Sérvia, que por sua vez foi eliminada pelo Brasil, na semifinal, ontem (16).

Para o Brasil, a prata é a terceira seguida, a quarta se for considerado também os Jogos Olímpicos do ano passado. E isso mantém o jejum de grandes títulos para a seleção feminina, que venceu o Grand Prix em 2017.

De qualquer forma, a Liga das Nações deste ano nunca foi vista como o momento para esse jejum cair. Das 14 jogadoras que participaram da fase final do ano passado, nove não estão mais com a seleção, quase todas por conta da idade — Tandara está suspensa por doping. José Roberto Guimarães se viu obrigado a renovar a maior parte do time, e chegou na fase final com três novatas entre as titulares: Kisy, Julia Bergmann e Julia Kudiess. E as líberos Nyeme e Natinha também nunca haviam sido titulares.

Na final de hoje, nenhuma das três garotas jogou bem. Kisy errou uma bola decisiva no primeiro set (levantou um contra-ataque direto para a quadra adversária), quando o Brasil teve a chance de empatar em 23 a 23, e as duas Julias quase não pontuaram no ataque. Bergmann, que joga como ponteira, fez só três pontos em dois sets inteiros. A central Kudiess foi ainda pior, com um ponto apenas. Uma oscilação normal pela idade — uma tem 21 anos e, a outra, 19.

Na semifinal de ontem, Bergmann também foi mal no primeiro set, mas Zé Roberto insistiu e ela terminou como a melhor do jogo. Hoje a estratégia não deu certo, e a ponteira só foi substituída por Pri Daroit na virada do segundo para o terceiro set. Julia Kudiess também saiu, para a entrada de Lorena, o que não mudou o panorama.

O que chegou a recolocar o Brasil no jogo, porém, foi uma inversão no meio do terceiro set, com Ana Cristina, caçula do time, que quase nada havia sido utilizada no torneio inteiro, entrando muito bem junto com Roberta, fazendo seis pontos quase seguidos. Mas, quando o jogo ficou parelho, a Itália apostou em Egonu, que resolveu e fechou o jogo com um bloqueio.

A estrela do time da Itália fez 21 pontos na partida, sendo 18 de ataque e 3 de bloqueio. Pelo Brasil, Kisy, que já era a principal pontuadora da equipe na competição, somou 14. Gabi ajudou com 11 pontos e Carol com oito. A central, líder em bloqueios, porém, fez só um ponto neste fundamento, que não funcionou para o Brasil no jogo. No total, o Brasil fez quatro pontos de bloqueio o jogo todo. Ontem, na semifinal, só Carol fez seis.