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Surfe muda critérios e abre chance de pódio com 3 brasileiros em Paris-2024

Gabriel Medina compartilhou foto com Ítalo Ferreira - Reprodução/Instagram
Gabriel Medina compartilhou foto com Ítalo Ferreira Imagem: Reprodução/Instagram

31/05/2022 15h29

O surfe mudou os critérios de classificação para os Jogos Olímpicos de Paris, na comparação com o que apresentou no caminho para Tóquio. E a principal novidade é a possibilidade de um país ter três atletas por gênero. No Japão, o limite era dois.

Esse limite, que é por exemplo de um atleta em modalidades de luta como judô e boxe e de dois por prova na natação e por final na ginástica, chega a três em alguns poucos esportes, como o atletismo. O skate também estreou nos Jogos Olímpicos com esse limite mais amplo, que permite um pódio completo com atletas de um só país.

No surfe, o Brasil é um dos países que teriam mais atletas competindo em Tóquio, se houvesse essa brecha. Na ocasião, o prejudicado foi Filipe Toledo, que terminou a temporada 2019 da World Surf League em quarto, mas atrás de outros dois brasileiros, Ítalo Ferreira e Gabriel Medina, que ficaram com as vagas olímpicas.

No ciclo até a Olimpíada de 2024, que terá a competição de surfe no Taiti, não na França continental, a maior parte dos critérios foi mantida. Continuam sendo 10 vagas distribuídas pela WSL da temporada anterior (2023), sendo duas por país, e cinco pela edição de 2024 do ISA Games, que é o campeonato mundial de surfe organizado pela ISA, associação 'olímpica' do surfe.

A novidade é que a competição por equipes do ISA Games, tanto deste ano, que vai acontecer em setembro na Califórnia, quanto de 2024, terá direito a um terceiro atleta na Olimpíada. O objetivo, com isso, é estimular que os países que são potência do surfe (Brasil, Austrália e EUA) participem a valer do ISA Games.

Em 2021, o Brasil até levou uma delegação completa para El Salvador, porque a participação no ISA Games era obrigatória para participar de Tóquio, mas todos os surfistas brasileiros abandonaram a competição no meio, com desculpas variadas. Cumpriram a obrigação de participar, mas não perderem tempo em um evento que não dá nenhum retorno financeiro.

Pelos resultados históricos, a tendência é Brasil, Austrália e EUA brigarem por duas vagas extras no masculino. Hoje, o ranking da WSL tem três brasileiros, três australianos e três norte-americanos entre os 10 primeiros — o intruso é Kanoa Igarashi, do Japão. E Gabriel Medina só agora está estreando na temporada.

No feminino, são três australianas e quatro norte-americanas entre as 10 primeiras, grupo que tem a costa-riquenha Brisa Hennessy em primeiro e Tati em décimo. Das 22 integrantes da elite, só as duas e a francesa Johanne Defay não são nem da Austrália nem dos EUA. Na prática, isso significa que a tendência é que o número de surfistas da WSL na Olimpíada, no feminino, suba de sete para nove.