Topo

Olhar Olímpico

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Americana vence em decisão dos árbitros e Bia é prata no Mundial de Boxe

Beatriz Ferreira, a Bia, na final do peso leves do boxe feminino nas Olimpíadas de Tóquio - Buda Mendes/Getty Images
Beatriz Ferreira, a Bia, na final do peso leves do boxe feminino nas Olimpíadas de Tóquio Imagem: Buda Mendes/Getty Images

20/05/2022 13h05

A brasileira Beatriz Ferreira ficou com a medalha de prata na categoria até 60kg do Mundial Feminino de Boxe, que está sendo disputado em Istambul, na Turquia. Campeã mundial em 2019, Bia foi derrotada por decisão dos árbitros pela norte-americana Rachida Ellis, contra quem tinha um histórico amplamente favorável, de quatro vitórias e uma derrota.

Bia havia chegado à final do Mundial com uma campanha espetacular, com quatro vitórias incontestáveis. Três delas por decisão unânime dos árbitros e uma por nocaute técnico. A brasileira era a grande favorita ao título, por ser a atual campeã e pela ausência da irlandesa Kellie Harrington, ouro em Tóquio, que está machucada.

Na final, contra Ellis, freguesa derrotada na semifinal do Mundial de 2019, na semifinal dos Jogos Pan-Americanos de 2019, e na final do Campeonato Pan-Americano de 2022, Bia era a favorita. Mas a luta foi parelha, com a americana apostando em uma luta cadenciada e nos contragolpes.

Na transmissão do Canal Olímpico, o comentarista Breno Macedo viu vitória de Bia nos três rounds. Mas três árbitros entenderam o contrário: que foi Ellis quem venceu os três assaltos, marcando 30 x 27. Um dos árbitros concordou com Breno, e marcou 30 x 27 para Bia. Outro, 29 x 28 para a brasileira. Como o resultado é determinado pelo número de juízes que deu vitória para uma boxeadora, o placar ficou em 3 a 2 para a norte-americana.

Essa é a sexta medalha do Brasil na história dos Mundiais. O Brasil tem quatro medalhas na história dos Mundiais Feminino. O precursor foi um bronze de Ana Paulo Lúcio dos Santos em 2002, quando o boxe feminino não era olímpico. Em 2010, já no caminho para a estreia em Londres-2012, Roseli Feitosa ganhou um ouro. Em 2014, Clélia Costa ganhou bronze — ambas, porém, tiveram as carreiras interrompidas por doping. O país voltou ao pódio, em 2019, com o título de Bia Ferreira.

Em Istambul, além de Bia, o Brasil também ganhou medalha com Caroline Almeida, a Naka, que faturou bronze na categoria até 52kg, subdivisão que não é olímpica — para Paris, ela precis se encaixar na até 50kg ou na até 54kg. Jucielen Romeu (57kg) caiu nas quartas de final.