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Olhar Olímpico

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Cerimônia de abertura das Olimpíadas terá boicote de atletas, diz jornal

Protesto contra os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, em Pequim - Getty Images
Protesto contra os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, em Pequim Imagem: Getty Images

02/02/2022 16h50

Atletas de diversos países deverão boicotar as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, que começaram hoje (2) e que serão oficialmente abertos na sexta (4). A informação foi publicada pelo colunista do jornal The Washington Post Josh Rogin, que, porém, não deu nomes nem detalhou a amplitude do protesto.

A Olimpíada em Pequim tem sido marcada por uma guerra de narrativas entre países ocidentais, especialmente os Estados Unidos, e a China, acusada por eles de diversas violações de direitos humanos. Ainda no ano passado, os EUA anunciaram um boicote diplomático ao evento, o que significa não enviar funcionários do governo à competição. Aliados dos americanos como Japão, Grã-Bretanha, Canadá, Austrália, Holanda e Dinamarca aderiram ao movimento.

A Casa Branca apresenta o boicote como como represália pela repressão chinesa contra a minoria uigur em Xinjiang e as liberdades em Hong Kong. A China, que quer usar a Olimpíada como mais uma demonstração global de seu poderio econômico, reagiu alegando que os EUA tentam prejudicar a competição, violando a neutralidade esportiva. O New York Time fez matéria crítica inclusive à presença de empresas norte-americanas como patrocinadoras do evento.

É neste contexto que surge agora a informação, pelo Washington Post, que a cerimônia de abertura terá boicote de atletas. Em sua coluna, Rogin diz que "atletas olímpicos de vários países que querem mostrar solidariedade às vítimas dos abusos de direitos humanos do governo chinês estão se preparando discretamente para boicotar a cerimônia de abertura, de acordo com ativistas de direitos humanos que ajudaram a educá-las e organizá-las".

Segundo ele, há meses ativistas baseados nos EUA têm se reunido com atletas olímpicos de países ocidentais para falar sobre "atrocidades" supostamente cometidas pelo governo chinês. Rogin escreve que os atletas foram, contudo, pressionados pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e por seus patrocinadores para evitarem polêmicas.

De acordo com a coluna, o grupo Students for a Free Tibet (estudantes por um Tibete livre) organizou grupos de tibetanos, uigures e honcongueses para viajar eventos de classificação olímpica para encontrar com atletas e defenderem seus pontos de vista.