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Judô abre ciclo com renovação e até Larissa Pimenta sai da seleção

Larissa Pimenta, judoca do Brasil, no Grand Slam de Baku: ela conquistou o bronze na categoria até 52kg - IJF
Larissa Pimenta, judoca do Brasil, no Grand Slam de Baku: ela conquistou o bronze na categoria até 52kg Imagem: IJF

15/12/2021 18h55

Número 12 do ranking mundial na categoria até 52kg e principal revelação do judô brasileiro a caminho para a Olimpíada de Tóquio, Larissa Pimenta está fora da seleção nacional em 2022. A primeira seletiva do Brasil para o ciclo olímpico de Paris-2024 teve suas chaves femininas realizadas hoje (15) em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, e marcou uma profunda renovação na equipe, que agora será treinada por Sarah Menezes.

Pelos critérios da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), somente os medalhistas olímpicos de Tóquio e/ou do Rio e os judocas que chegaram até as quartas de final da última Olimpíada têm lugar garantido na seleção de 2022. No feminino, foram beneficiadas Rafaela Silva (até 57kg), Ketleyn Quadros (até 63kg), Mayra Aguiar (até 78kg) e Maria Suelen Altheman (+78kg), apenas.

Exceto elas, todas as demais principais judocas do país precisaram participar da seletiva, que escolheu mais duas atletas por categoria para fazer parte da seleção até o Mundial do ano que vem, em agosto. Quem ficou de fora, como Pimenta, até pode competir no circuito mundial, mas pagando todos os custos, e somente quando a CBJ não ocupar as vagas disponíveis para o Brasil no torneio com atletas da seleção.

Eliminada em Tóquio pela japonesa Uta Abe, que depois viria a faturar o ouro, e com ótima participação na prova por equipes, mesmo lutando em uma categoria acima da dela, Pimenta chegou à seletiva de hoje como favorita na categoria até 52kg, mas sofreu duas derrotas, para Jaqueline Nascimento e Gabriela Conceição, ambas do Minas. Terminou em quinto, fora do quadrangular que definiu as novas atletas da seleção: Yasmin Lima (Reação), de 25 anos, e Maria Taba (Minas), de 22.

Na até 48kg, Gabriela Chibana, que representou o Brasil em Tóquio, não entrou na seletiva, enquanto o outro grande nome da categoria, Nathalia Brígida, subiu para a até 52kg e foi eliminada por Pimenta. A seleção acabou 100% renovada, com as chegadas de Amanda Lima (Minas), de 23 anos, e Natasha Ferreira (Sociedade Morgenau), de 22.

Rafaela Silva não precisou entrar na seletiva e, na categoria até 57kg, terá a companhia de Jéssica Lima, da Sogipa, de 24 anos, e Thayane Lemos, do Reação, de 20. Jéssica Pereira, que chegou a ser quinta colocada no Mundial em 2018, terminou em terceiro, fora da seleção, enquanto Ketelyn Nascimento, melhor brasileira do ranking mundial, operou o ombro e não participou da seletiva.

Número 32 do ranking mundial na categoria até 63kg, Alexia Castilhos, da Sogipa, fez ótima campanha na seletiva e segue na seleção junto de Ketleyn Quadros, que tem vaga pela campanha em Tóquio, e de Tamires Crude, do Reação, que volta à seleção aos 27 anos. A veterana Maria Silva ficou pelo caminho.

Sétima do mundo e com três Olimpíadas no currículo, Maria Portela, da Sogipa, até chegou a perder de Luana Carvalho na primeira fase da seletiva da categoria até 70kg, mas se recuperou com três vitórias no quadrangular e segue na seleção. Bronze no último Mundial júnior, Luana, que defende o Vasco/Ulbra, venceu Ellen Santana, número 27 do ranking, e chega pela primeira vez à seleção adulta. Ela é uma das grandes promessas do Brasil para Paris.

Na categoria de Mayra Aguiar, as outras duas vagas na seleção ficaram com Beatriz Freitas, do Pinheiros, e a experiente Nathalia Parisoto, do Grêmio Náutico União, de 29 anos. Bia, de apenas 19, ainda é faixa marrom. Samanta Soares, de São Caetano, segundo nome da seleção em todo o ciclo para Tóquio, não entrou na seletiva.

Por fim, no peso pesado, Bia Souza, que é vice-líder do ranking mundial mas não foi a Tóquio porque a comissão técnica optou por Maria Suelen, não teve problemas na seletiva e se manteve na seleção. Aos 23 anos, a judoca do Pinheiros deve ser protagonista do Brasil no próximo ciclo. Camila Yamakawa, do clube Sekurá, do Mato Grosso do Sul, fecha a seleção.

No masculino, a seletiva nacional acontece na sexta-feira, também em Pindamonhangaba. Só Daniel Cargnin e Rafael Silva têm vaga assegurada na seleção para 2022.