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Luís Rosa

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Chega de ficar em cima do muro, Botafogo é candidato ao título brasileiro

25/06/2023 04h00

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Azarão, coadjuvante, cavalo paraguaio, fogo de palha e por aí vai no repertório de desdém ao Botafogo. Nada disso cabe mais para o time carioca, que deixou de ser uma surpresa. Na verdade, chegou o momento de sairmos de cima do muro e enxergar a realidade: o alvinegro está credenciado como um forte candidato ao título desta edição do Campeonato Brasileiro.

Tanto é que, mesmo que não vença, neste domingo, o duelo com o Palmeiras, no Allianz Parque, o Botafogo não corre o risco de perder a ponta do Brasileirão.

Por que eu escrevo isso pela primeira vez, justamente nesta 12ª rodada do Brasileirão? Porque, em todas as minhas participações nos programas do UOL Esporte, ao ser questionado sobre as chances do Botafogo, eu sempre preferi ficar em cima do muro e disse que queria ver mais para ter elementos de que o Alvinegro carioca não é um mero coadjuvante.

Podem apostar que não estava sozinho nessa cautela. Aliás, tenho dúvidas até se a imensa maioria de torcedores do Botafogo apontava o seu clube de coração como um dos favoritos ao título antes de começar o torneio.

Estou seguro de que, entre os torcedores não alvinegros, são mentirosos os que ousam afirmar que, antes de iniciar o Brasileirão, via o elenco comandado pelo português Luís Castro como um dos que iriam brigar pela taça.

Afinal, o Botafogo deu elementos de que, com pessimismo, ficaria no bloco abaixo do G10 ou, sendo otimista, brigaria por uma vaga à próxima Copa Libertadores. No Campeonato Carioca, no famoso e folclórico "tem coisas que só acontecem com o Botafogo", a equipe decepcionou a sua torcida e não ficou entre os quatro que se classificaram para a semifinal.

Como prêmio de consolação, o clube de General Severiano teve que disputar a Taça Rio, um torneio de pouca importância, mas que ali começou a construção do Botafogo que estamos assistindo. Com a soma dos jogos do Brasileirão, Copa do Brasil e Sul-Americana, o Alvinegro disputou 25 partidas, com 18 vitórias, quatro empates e três derrotas.

Ao longo dessas partidas, o Botafogo só se deu mal na Copa do Brasil, ao ser eliminado nas oitavas de final pelo Athletico-PR, na disputa por cobranças de pênaltis, no estádio Nilton Santos, a sua casa.

No mais, o Botafogo conquistou a Taça Rio, lidera o Grupo A da Copa Sul-Americana, empatado com a LDU do Equador, e o que mais empolga os seus torcedores, lógico, é a liderança do Brasileirão, que começou na terceira rodada.

Com a vitória sobre o Cuiabá, por 1 a 0, fora de casa, na última quinta-feira, e ajudado pela derrota, também pelo mesmo placar, do Verdão para o Bahia, um dia antes, em Salvador, o Botafogo soma 27 pontos, nove vitórias e duas derrotas, contra 22 pontos dos palmeirenses, com seis vitórias, quatro empates e uma derrota.

Dessa maneira, pela primeira vez na era dos pontos corridos, o Botafogo ficará dez rodadas na liderança. A melhor marca anterior foi na edição de 2007, quando dominou a ponta da tabela entre as rodadas oito e 16.

E o Palmeiras?

Com o retorno de quatro titulares, o goleiro Weverton, o lateral esquerdo Piquerez, o meia Raphael Veiga e o atacante Rony, o Palmeiras precisa fazer o que mais gosta. Derrotar um concorrente direto e botar pressão.

Empate ou derrota, óbvio, não será o fim do mundo para o atual campeão brasileiro, mas a equipe não pode perder essa oportunidade.

Aliás, o problema do Palmeiras está nos pontos perdidos contra equipes que não vão brigar pelo título e sim para se manter na elite. São os casos das partidas contra Vasco da Gama e Santos, empates fora de casa, e Bahia, derrota como visitante.