Topo

Julio Gomes

Só Vinícius Jr se salva na humilhação sofrida pelo Real Madrid

Vinicius Jr. comemora segundo gol do Real Madrid contra o Shakhtar Donetsk - Getty Images
Vinicius Jr. comemora segundo gol do Real Madrid contra o Shakhtar Donetsk Imagem: Getty Images

21/10/2020 15h57

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Zidane arriscou. Depois do jogo ridículo do Real Madrid no fim de semana, contra o Cádiz, o técnico resolveu guardar alguns jogadores para o clássico de sábado, contra o Barcelona. Mas, ao contrário do Barça, que ontem enfrentou uma moleza em sua estreia na Liga dos Campeões (o Ferencvaros, da Hungria), o Real tinha pela frente um Shakhtar Donetsk que já virou figurinha carimbada no cenário europeu.

Não respeitou. Resultado? Derrota em casa, no estádio Alfredo di Stefano, por 3 a 2. Considerando que este é um grupo chato para o Real, com a Inter de Milão e o Borussia Moenchengladbach, o resultado é preocupante, sim. Vai ter de buscar essa classificação para as oitavas, não será moleza.

Humilhação, Julio? Sim, humilhação. Não é exagero. O Real Madrid virou o primeiro tempo perdendo por 3 a 0 (nunca havia acontecido em casa em uma competição europeia), foi atropelado em todos os setores por um jovem time do Shakhtar. Os ucranianos já apostam em brasileiros há duas décadas, mas agora a estratégia mudou, eles apostam em brasileiros sub-21, que nem passaram ainda pelos times de cima.

Zidane deve ter dado um esporro daqueles no intervalo, o Real voltou ligado para o segundo tempo, diminuiu e quase empatou (gol anulado pelo VAR nos acréscimos). Também poderia ter levado quatro, cinco, seis, dadas as chances perdidas pelo Shakhtar em contra ataques. Mas, mesmo que o Real tivesse empatado, não teria evitado a humilhação. É um time que vai apanhar demais da crítica espanhola nos dias que antecedem o superclássico.

Só se salvou Vinícius Júnior. Entrou aos 13min do segundo tempo, após 14 segundos em campo roubou uma bola e fez um gol, jogou bem e quase levou o Real ao empate. Ficou no banco por qual motivo? Quero crer que Zidane tenha pensado em poupá-lo para o jogo contra o Barça. Não pode haver outra razão.

Não é a primeira vez que Zidane dá uma de professor Pardal (Rodrygo pela esquerda? Asensio e Mendy pela direita?), tampouco é a primeira vez que perde um jogo de Champions em casa para um clube aleatório (lembram do Brugge?). O homem tem costas largas, é um dos grandes ídolos da história do clube, tem muito, muito, muito crédito.

Mas desta vez será difícil evitar as pancadas, que certamente virão.

Derrotas para o Cádiz e o Shakhtar, agora vem o superclássico contra o Barcelona pela frente. É lógico que o Real Madrid chega contra as cordas, ainda que seja início de temporada e que o rival catalão inspire zero confiança.

O primeiro tempo foi humilhante. Com seis brasileiros em campo, vários deles jovens, o Shakhtar se fechou bem e saiu inúmeras vezes em contra ataque, machucando demais o Real Madrid. Saíram três gols, poderiam ter sido quatro ou até cinco.

Zidane escalou um ataque alternativo com Asensio, Jovic e Rodrygo. Nenhum deles funcionou. Asensio, que pintou como uma grande esperança anos atrás, antes de tantas lesões, não é nem sombra do que achávamos que seria. E o Jovic... sem comentários.

Do outro lado, o garoto Tetê, das bases do Grêmio, destruía Marcelo e todo o sistema defensivo madridista.

No intervalo, Benzema entrou no lugar Rodrygo. Mas o que mudou mesmo foi a atitude do time, muito mais ligado. Depois entrou Vinícius e, por meia hora, o Real jogou em cima buscando o empate, num 2-3-5. Faltou pouco, mas não deu.