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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Holanda abusa do pragmatismo, mas deve fugir da Inglaterra

Enner Valencia e Jurrien Timber em ação na partida entre Equador e Holanda, pela Copa do Mundo - Hector Vivas/Getty
Enner Valencia e Jurrien Timber em ação na partida entre Equador e Holanda, pela Copa do Mundo Imagem: Hector Vivas/Getty

Colunista do UOL Esporte

25/11/2022 15h28

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O Equador foi superior nos 90 minutos e poderia ter vencido.

Gustavo Alfaro mudou o sistema para três zagueiros, com Hincapié se juntando a Estupiñán para bloquear Dumfries, a grande opção de profundidade pelo flanco da Holanda, e atacar pelo mesmo setor, com o ala se juntando a Enner Valencia para cima do hesitante Timber, que falhou no gol equatoriano.

Porém vacilou no início, surpreendido pela mobilidade de Claassen e Gakpo no apoio a Bergwijn na frente e sofreu o gol logo aos cinco minutos, no belo chute de Gakpo, a grande novidade de Van Gaal até aqui. Meia do PSV, elegante, inteligente, boa estatura e ótima finalização.

Mas ficou nisso. Principalmente porque as mudanças no meio-campo, incluindo a entrada de Koopmeiners no lugar de Berghuis, obrigaram Frenkie De Jong, o mais talentoso do setor, a recuar demais, atuando mais próximo dos zagueiros.

A Holanda só voltou a jogar alguma coisa no segundo tempo, com a entrada de Memphis Depay, que substituiu Bergwijn e produziu pouco, mas ao menos tentou. O fato é que a seleção favorita abusou do pragmatismo, nitidamente jogando pelo empate.

Porque agora basta vencer por boa vantagem o fraquíssimo e já eliminado anfitrião Qatar para garantir a liderança do Grupo A, enquanto Equador e Senegal decidem uma vaga nas oitavas. Provavelmente contra a Inglaterra, favoritíssima a ser a primeira colocada do Grupo B.

A equipe sul-americana terminou com apenas 45% de posse, mas 15 finalizações a dois, quatro a um no alvo. A única bola na direção da meta de Galíndez entrou. E acabou prejudicada por uma marcação acertada, pelas novas "orientações" à arbitragem, mas absurdamente incoerente pela presença de um jogador na frente do goleiro Noppert, mas que em nada interferiu no desvio de Estupiñán que saiu do alcance do goleiro.

Ainda a preocupação com Enner Valencia, que marcou o gol de empate, terceiro neste mundial e o sexto em Copas, e sentiu o joelho. A última rodada virou decisão e a presença do artilheiro será fundamental para os sul-americanos. Se não jogar, mais um ponto a favor da Holanda para fugir dos ingleses. Essa é a tendência.

(Estatísticas: SofaScore)