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Alicia Klein

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Renato no Corinthians: um treinador pode virar o jogo sozinho?

Renato Gaúcho na Neo Química Arena - Reprodução / Instagram
Renato Gaúcho na Neo Química Arena Imagem: Reprodução / Instagram

19/05/2021 16h02

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A novela Corinthians e Renato Gaúcho levantou para mim esta pergunta que tanto se coloca no futebol: quanto vale um técnico? A gente sabe o quanto a maioria ganha (muito!), mas valem o que pesam?

Devotos de Jorge Jesus e Abel Ferreira provavelmente dirão: valem tudo! A vida! Nada vale a pena sem eles. Volta, Jesus.

Apesar do discurso de cautela financeira, o clube paulista parece disposto a raspar o tacho do orçamento para arcar com um dos comandantes brasileiros mais caros da atualidade. Alguém que, convenhamos, dificilmente vai topar calado uma temporada ruim sem reforços.

Guardadas as enormes proporções de qualidade de elenco, o Corinthians talvez esteja se espelhando no sucesso dos maiores rivais: o histórico e o de tamanho de torcida.

A grande diferença entre o Palmeiras do início de 2020 e o time campeão da Libertadores, da Copa do Brasil, que disputou todas as partidas possíveis desde a chegada do português, é exatamente ele: o português.

Assim como a do Flamengo atual, campeão brasileiro, para o de 2019, campeão de tudo: o português que já se foi. O rubro-negro perdeu apenas dois jogadores, mas é visivelmente outra equipe.

Claro que estes são apenas dois exemplos, e Crespo completa a tríade estrangeira de técnicos dando vida nova a grandes times. Será que Renato terá os recursos, próprios e do clube, para exercer um impacto positivo o suficiente a ponto de justificar seu custo?

O UOL nos perguntou esta semana se um treinador estrangeiro era a solução para o Parque São Jorge. A melhor resposta, para mim, veio da colega e musa Milly Lacombe. "Acho que o time precisa de alguém que trabalhe bem a partir de terra arrasada: olhar a base, criar uma filosofia de jogo, começar um trabalho que, quem sabe, possa ser premiado em 2022. Dois mil e vinte e um é ano para renascer e não para conquistar."

Vocês veem Renato Gaúcho com esse perfil? Com a humildade para segurar um time que dificilmente disputará títulos? Que já caiu na Sul-Americana e, para alguns torcedores, mira apenas a sobrevivência no Brasileiro? Sei, não.

Pessoalmente, torcerei para que cheguem a um acordo e a nós seja dada a oportunidade de assistir a mais um experimento na vida real do futebol: a importância paga bate com a importância dentro de campo?