Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Chamada pública para falar sobre racismo
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Conversando com uma colega ontem, dei-me conta de que fui deixando de usar este espaço para abordar temas mais complexos. Foquei mais no dia a dia do futebol - e muito na pandemia - por motivos variados, inclusive facilidade e audiência.
Toda vez que toco em assuntos como misoginia, que critico personagens com histórico de violência contra a mulher, por exemplo, parece que destampo o bueiro do esgoto mais profundo do Twitter.
É um festival de agressão e mais misoginia. Uma gente doida para defender estuprador, vai entender.
Enfim, a coautora desta reportagem especial maravilhosa e eu falávamos especificamente de racismo, e me envergonhei de ter dedicado praticamente só uma coluna a um dos maiores problemas da nossa sociedade - e, portanto, do esporte. O motivo? Medo de falar merda.
Como branca, sofro de um terror paralisante de escrever alguma besteira e acabar atrapalhando mais do que ajudando. Um entendimento de que tenho lugar de luta, sem lugar de fala.
Outro jornalista incrível compartilhou comigo esses dias a sabedoria da filósofa Sueli Carneiro: o branco não é inimigo. Parece óbvio, só que, na prática, a teoria sempre é outra.
Assim, por sugestão da mesma mulher inspiradora que abre este texto, quero ceder meu espaço de privilégio neste enorme portal para que colegas negras e negros possam vir aqui trazer a sua perspectiva sobre racismo, no futebol, no esporte, na vida.
Divulguem para as amigas e amigos, por favor. Me chamem no Twitter (xô, esgoto!) ou no Instagram. O silêncio é adubo para o preconceito.
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