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Geddel diz que terão que 'engoli-lo' em apoio a Lula na Bahia

Geddel Vieira Lima em evento do MDB na Bahia - Reprodução
Geddel Vieira Lima em evento do MDB na Bahia Imagem: Reprodução

Do UOL*, em São Paulo

01/07/2022 20h57

O ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) esteve presente em um evento do partido na Bahia hoje. Ele discursou, dizendo que os adversários vão ter de engoli-lo e ainda defendeu a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Geddel foi condenado por lavagem de dinheiro e organização criminosa no caso do bunker com R$ 51 milhões encontrado em um apartamento em Salvador. O político está em liberdade condicional desde fevereiro deste ano.

"Explorem o que quiser, falem o que quiser, mas não vão cassar a minha cidadania. E não vão cassar porque não nasceu ainda, nem na Bahia, nem no Brasil, ninguém, para cassar minha coragem de viver. Fica aqui essa mensagem: os que quiserem explorar, que o façam. Sabe por quê? Eu vou lembrar velho Zagallo: vão ter que me engolir, porra", disse.

O ex-ministro afirmou ainda que tem passado por um "calvário", e disse que ninguém tem autoridade moral para lhe apontar o dedo. Sem citar nomes, ele criticou o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), pré-candidato ao governo do estado.

"Ninguém, absolutamente ninguém vai me constranger, para além das limitações que já me foram impostas, a exercer a minha militância e a minha vocação. [...] Vamos, por exemplo, falar do adversário nosso tido como o mais forte: o ex-prefeito e seu menino, o prefeito. Para ficar bastante claro, não reconheço na Bahia, e não reconheço no Brasil, ninguém com autoridade política ou moral para apontar o dedo para o calvário que eu tenho enfrentado", garantiu.

O discurso aconteceu durante o lançamento das chapas proporcionais do partido. O ex-ministro disse que a chapa de Jerônimo Rodrigues (PT) e Geraldo Júnior (MDB), que vão concorrer ao governo da Bahia, representam "esperança". Também disse se orgulhar de ter sido parte do governo Lula.

"Resolvemos retomar uma aliança anterior, pela convicção de que Jerônimo e Geraldo, Geraldo e Jerônimo, podem representar, junto com o ex-presidente Lula, a quem tive o privilégio e a honra de servir, como seu ministro, um novo caminho, a retomada de um caminho de esperança", disse.

A primeira aparição pública de Geddel após entrar em liberdade condicional foi no evento em que o MDB anunciou apoio à candidatura do PT ao governo da Bahia. Ele e o irmão, o ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima, foram os principais artífices da reaproximação.

À época, o pré-candidato do PT ao governo da Bahia, Jerônimo Rodrigues, minimizou os questionamentos sobre o alinhamento dos dois partidos. O político disse que a "política tem disso".

"Tive mesmo na sede do MDB, quando apresentaram o nome que o MDB nos ofereceu, Geraldo Júnior, e ali recebi duas ofertas do MDB. Uma foi Geraldo Júnior como vice, mas também recebi proposta de programa de governo, que ali está nossa base de alinhamento com o MDB. A gente já teve parceria em 2006 com MDB, política tem disso, idas e vindas com coligações", afirmou.

* Com informações de Estadão Conteúdo