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Ciro Gomes promete revogar teto de gastos e fazer nova reforma trabalhista

Do UOL, em São Paulo

20/04/2022 16h01Atualizada em 20/04/2022 16h11

Pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes comentou algumas de suas ideias de programa de governo durante a sabatina UOL/Folha de hoje, apresentada por Fabíola Cidral e conduzida pelo colunista do UOL Josias de Souza e pela jornalista da Folha de S.Paulo Catia Seabra.

Primeiramente, defendeu um projeto nacional de desenvolvimento, "que precisa de uma amplíssima aliança de centro-esquerda", conciliando o setor produtivo com o mundo do trabalho.

Entre suas propostas, disse que vai fazer uma nova reforma trabalhista, a ser implantada logo nos seis primeiros meses no cargo, assim como revogar o teto de gastos, que limita os investimentos públicos e em educação.

Para combater a inflação e atacar o desemprego, disse que vai incentivar o consumo, a partir do refinanciamento das dívidas familiares; fazer uma reestruturação das micro e pequenas empresas a partir de um fundo soberano ancorado em reservas cambiais; cortar renúncias fiscais de produtos que hoje fazem parte da cesta básica; criar um imposto sobre lucros e dividendos empresariais e retomar 14 mil obras paradas de infraestrutura para gerar 5 milhões de empregos em dois anos.

Também prometeu frear a desindustrialização em áreas estratégicas como fertilizantes para o agronegócio, tecnologias em saúde, combustíveis e indústria da defesa.

Contra a autonomia do Banco Central, também afirmou que vai pedir que os diretores se demitam assim que for eleito. Em contraposição, Lula já disse que manteria Roberto Campos Neto na presidência do BC. "Se quiserem o que está aí, que fiquem com Lula."

Ele afirmou também que vai renegociar a dívida dos estados e municípios para deixar entre 12% a 15% dessa receita líquida na mão dos governadores para fazer localmente uma retomada do crescimento, em vez de depender das verbas de emendas parlamentares.

O pedetista, que disse considerar o sistema atual, que permite a reeleição, como um "mandato de oito anos com plebiscito no meio", ainda disse que não vai concorrer a um novo mandato se for eleito.

"Eu vou entregar minha reeleição em troca da reforma que o país precisa. Vou ganhar essas eleições, se for a vontade de Deus e do povo brasileiro, e vou me entregar 100% para a reforma do país. Não tenho interesse em me reeleger", declarou.