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Por que Hyundai HB20 venceu estigma de carro feio e hoje é o mais vendido

Hyundai HB20 Sense - Murilo Góes/UOL
Hyundai HB20 Sense Imagem: Murilo Góes/UOL

José Antonio Leme

Do UOL, em São Paulo (SP)

17/03/2022 04h00

"Enquanto alguns choram, outros vendem lenço", diz o ditado, que se aplica atualmente ao Hyundai HB20.

Em 2021, o compacto da marca sul-coreana aproveitou os cinco meses de paralisação na produção do então líder Chevrolet Onix, devido à falta de componentes, para assumir a ponta entre os carros de passeio - posto que mantém nos primeiros meses de 2022.

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Vale destacar que o HB20 caiu nas graças do público na primeira geração e, na chegada da segunda, deu uma patinada no mercado, justamente quando as redes sociais traziam muitas críticas ao visual, que rendeu ao carro o apelido de "Hyundai bagre" - devido ao formato dos faróis e da grade. Contudo, hoje ele deu a volta por cima.

É verdade que a Hyundai já deu uma pequena alterada no visual do HB20 desde o lançamento da geração atual, em setembro de 2019: a montadora aplicou uma moldura de grade preta no lugar da cromada, o que deu uma aliviada nas reclamações quanto à aparência. Contudo, o atual momento do mercado brasileiro é que realimente explica a conquista e a permanência na liderança.

Enquanto a produção do Onix tem de disputar componentes (pneus, peças, semicondutores e chips) com vários outros modelos da GM, que tem três fábricas de veículos no País, o HB20 só precisa dividir peças com Creta e HB20S na unidade de Piracicaba (SP) - os demais modelos da marca sul-coreana vendidos aqui são importados.

"Disputar espaço com menos modelos garante que o HB20 tenha mais componentes à disposição, sejam os feitos aqui ou os que vêm de fora", diz Paulo Roberto Garbossa, da ADK Automotive.

Garbossa também pontua que, apesar de passar por um mau momento, o mercado automotivo do Brasil tem "vendido o que produz"- ou seja, o que chega na loja acaba vendendo.

Além disso, quem tem tem dinheiro e quer um carro zero quilômetro acaba levando outros modelos que tenham mais disponibilidade na falta do carro que procurava inicialmente.

"Se o cliente está interessado em um determinado modelo, mas chega na loja e vê que está em falta ou existe uma espera muito longa, e ele acaba levando o equivalente de outra marca, mesmo sem ser a primeira opção", complementa.

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