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Testamos: Porsche Cayenne E-Hybrid anda como esportivo e tem consumo de 1.0

Vitor Matsubara

Do UOL, em São Paulo (SP)

20/02/2020 04h00

Resumo da notícia

  • SUV é o modelo híbrido mais acessível da Porsche à venda no país
  • Carro usa motor V6 de 340 cv e outro elétrico de 134 cv
  • Cayenne fez média superior a 16 km/l na cidade durante nossa avaliação

Carros híbridos já foram muito mais raros do que hoje em dia. Felizmente isso está mudando rapidamente e já temos opções em vários segmentos, inclusive nos SUVs de luxo. Na linha Porsche, o Cayenne E-Hybrid é o modelo híbrido mais "acessível" mesmo estando longe de ser barato: R$ 435 mil.

O motor 3.0 V6 de 340 cv e 45,9 kgfm trabalha juntamente com um motor elétrico de 134 cv e 40,8 kgfm. A potência combinada (que não é a soma das duas potências, bom frisar) é de 462 cv e 71,4 kgfm.

Porsche Cayenne E-Hybrid (frente) - Divulgação - Divulgação
Só assim para o Cayenne parecer pequeno mesmo...
Imagem: Divulgação

O motor elétrico é movido por uma bateria de 14,1 kWh instalada sob o assoalho do porta-malas. São necessárias aproximadamente 8 horas para recarregá-la em uma tomada convencional de 230 volts e 10 ampéres. Caso o dono opte pelo carregador rápido oferecido como opcional, o processo é realizado em até 3 horas.

Dados de fábrica indicam aceleração de 0 a 100 km/h em 5 segundos e velocidade máxima de 253 km/h. É possível rodar até 44 quilômetros apenas com eletricidade e a velocidade máxima é de 135 km/h.

Honrando o DNA

O Cayenne é um dos poucos SUVs capazes de agradar quem normalmente não gostaria deste tipo de carro. E isso também acontece na versão E-Hybrid. Apenas o barulho (ou melhor, a falta dele) indica que estamos dirigindo um híbrido.

A Porsche afirma que a estratégia da pressão do turbo segue o modelo adotado no superesportivo 918 Spyder. Sendo assim, o motor elétrico ajuda nas acelerações e retomadas.

Nos modos Sport e Sport Plus, a carga da bateria pode ser utilizada quase totalmente para impulsionar o carro. De acordo com a situação de dirigibilidade e da demanda de potência exigida pelo motorista, o torque de pressão de turbo pode ser continuamente ativado durante toda a faixa de rotação.

Porsche Cayenne E-Hybrid (interior) - Divulgação - Divulgação
Cabine preserva tradições da Porsche, como a ignição do lado esquerdo do condutor
Imagem: Divulgação

Se o modo selecionado for o Sport, a bateria é recarregada até um nível suficiente para assistir o motor a combustão. Já no modo Sport Plus a bateria é carregada o mais rápido possível. Nos demais modos, uma quantidade limitada de energia é preservada para garantir o funcionamento do sistema híbrido.

E por falar nele, o modo 100% elétrico é ativado a cada partida. O motor a combustão só entra em ação a partir de uma certa pressão no pedal do acelerador - e o condutor percebe facilmente quando isso acontece, apesar do ótimo isolamento acústico na cabine.

O ronco do motor V6 é encorpado e discreto, como em todo modelo da Porsche. Basta ativar o controle de largada para ver o que o Cayenne E-Hybrid é capaz de fazer. As marchas são trocadas com uma velocidade impressionante, e parece até que o SUV "pula" primeira e segunda marchas, de tão rápido que o processo é realizado.

Sinta-se em casa

Sobra espaço na cabine do Cayenne, algo esperado quando falamos de um carro com quase 5 metros de comprimento por 1,98 metro de largura. Se você já viajou na classe executiva de um avião deve imaginar como são confortáveis os bancos do Cayenne.

Na frente, o passageiro conta até com duas alças nas laterais dos bancos, muito práticas para se segurar caso o motorista se empolgue demais - algo que não é difícil de acontecer, e falo isso por experiência própria.

Porsche Cayenne E-Hybrid 3 - Divulgação - Divulgação
Conta-giros no centro do painel, como manda a tradição
Imagem: Divulgação

A enorme tela tátil de 12,3 polegadas da central multimídia agrupa as principais funções do veículo. Por meio dela dá para regular a altura do veículo pela suspensão a ar, mudar o modo de condução, alterar a rigidez dos amortecedores, modificar a posição dos bancos e até controlar o fluxo e a temperatura do ar-condicionado por toda a cabine.

Mesmo sendo um SUV, o Cayenne segue algumas regras sagradas da cartilha de Ferdinand Porsche. Por isso, entenda conta-giros no centro do painel e chave de ignição do lado esquerdo do motorista. Alguns velhos hábitos, porém, poderiam mudar, como a infinidade de botões agrupados no console central. É praticamente impossível localizar as principais funções rapidamente.

Porsche Cayenne interior 2 - Divulgação - Divulgação
Mostradores são bem fáceis de entender - e sim, o idioma pode ser mudado para português
Imagem: Divulgação

Os mostradores do sistema híbrido em funcionamento são bastante didáticos. E por falar nele, o consumo é um dos pontos altos do SUV. A Porsche não divulga números de cidade e estrada, e sim uma média em litros a cada 100 km rodados: de 29 km/l a 31,2 km/l, de acordo com o ciclo europeu de medição.

De toda maneira, durante o período em que avaliamos o veículo e rodando apenas em trajeto urbano, conseguimos uma média bem superior a 14 km/l. Ou seja, melhor do que qualquer popular à venda no país - pelo menos na cidade. E ainda que o dono de um Cayenne nem se preocupe tanto assim com consumo de combustível, é sempre bom saber que visitas ao posto de combustível serão cada vez mais raras.

Porsche Cayenne E-Hybrid 2 - Divulgação - Divulgação
Versão híbrida é melhor negócio pelo consumo e também pelo preço
Imagem: Divulgação

Tudo isso em um modelo que ainda custa R$ 5 mil a menos do que a versão mais acessível do Cayenne movido a gasolina, que é mais fraco e não tem um consumo de combustível tão bom assim.

Se isso não for suficiente para te convencer de que a versão E-Hybrid é a melhor compra na linha, basta lembrar que até o Cayenne S (vendido por R$ 533 mil) tem menos potência do que o SUV híbrido. Aí fica fácil decidir.