Brasil vai receber R$ 20 milhões da Alemanha para ligar carro elétrico
Depois de revelar intenção de ter 1 milhão de carros verdes circulando até 2020, a Alemanha se dispôs a ajudar o Brasil a também desenvolver o mercado de veículos híbridos e elétricos: o plano prevê investimento de R$ 20 milhões (5 milhões de euros) e deve ser colocado em prática até início de 2017.
Por ora, nossa maior conquista na área é a isenção do Imposto de Importação, que ajudou a baratear um pouco os raros modelos verdes comercializados aqui: BMW i3 (o único elétrico), Toyota Prius, Lexus CT200h e Ford Fusion Hybrid.
Como vai funcionar
Segundo o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), os alemães atuarão em três frentes: formação de estratégias de disseminação; criação de um marco regulatório para uso dos carros verdes; e estratégias de incentivo à criação de tecnologias inovadoras.
É preciso frisar que os R$ 20 milhões não serão usados para financiar diretamente a produção de elétricos e híbridos no país. "O projeto deve dar diretrizes para formar linhas de financiamento, porém via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) e Finep (Fundo de Incentivo à Inovação e Pesquisa)", explicou a UOL Carros Margarete Gandini, diretora de mobilidade do ministério.
Os euros investidos serão destinados a serviços como "preparação de estudos, contratação de consultores, cursos de capacitação, realização de missões e visitas técnicas para conhecer iniciativas em outras partes do mundo", na descrição do próprio MDIC.
A contrapartida brasileira será oferecer estrutura para que membros do governo alemão estejam presentes e atuem diretamente no projeto, como uma espécie de supervisores -- além, é claro, de saber que a evolução acompanhada no Brasil servirá de estudo e aprendizado para o próprio país europeu.
Para quem?
O projeto terá duração de quatro anos. Ainda conforme a explicação de Gandini, ele pode até formar diretrizes de financiamentos para projetos tanto independentes quanto de grandes montadoras que queiram produzir e comercializar elétricos e híbridos localmente (caso da Toyota com o Prius, da Nissan com o Leaf e da BMW com o i3).
A normatização também deverá contemplar soluções de infraestrutura, como multiplicação dos postos de recarga e métodos de cobrança pela energia elétrica usada, além de adaptação da rede em espaços públicos e privados. "O que se pretende é estruturar todas as bases para a disseminação dos novos sistemas de propulsão, em especial a eletromobilidade", completou a diretora.
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