Chineses elétricos e híbridos bombam e deixam medalhões para trás no Brasil
Fiat, Volkswagen, Chevrolet, Toyota e Hyundai. Essas são as cinco marcas que mais venderam carros no Brasil em 2024, até agora.
Mas a história muda quando analisamos uma outra parte do mercado, que vem ganhando força no último anos: a de veículos eletrificados (híbridos e elétricos).
Das cinco marcas campeãs de vendas do país, apenas uma faz parte da lista de montadoras que mais vendem produtos eletrificados (somando híbridos e elétricos) no Brasil. Esse posto é da Toyota, que saiu na frente ao lançar o primeiro carro híbrido flex do mundo, o Corolla (tecnologia que depois também foi incorporada ao Corolla Cross).
A marca, porém, é terceira colocada nesse ranking. Os dois primeiros lugares são de chinesas, com a BYD na liderança e a GWM na segunda posição. Já a Caoa Chery aparece na quarta colocação e a Volvo, na quinta.
Mercado em expansão
O mercado de automóveis eletrificados somou 50.856 unidades emplacadas no primeiro quadrimestre de 2024, de acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Na comparação com o mesmo período do ano passado, a alta foi de 162,4%.
Mas há um número ainda mais relevante. De janeiro a abril de 2024, os híbridos e elétricos representaram 9,4% do total de emplacamentos de automóveis no Brasil. Um avanço e tanto para um segmento que, até meados de 2023, tinha poucos representantes relevantes no mercado brasileiro.
Do total de unidades vendidas, 30.297 são híbridas. Esse segmento é liderado pela Toyota, com a dupla Corolla e Corolla Cross. A BYD aparece na segunda colocação, graças ao Song Plus, enquanto a GWM é terceira, com o Haval H6.
Já os elétricos somaram 20.559 emplacamentos no período. Nesse segmento, a liderança da BYD é folgada. Impulsionada pelo Dolphin e o recém-lançado Dolphin Mini, a marca vendeu mais de 15 mil modelos da categoria no primeiro quadrimestre.
Entre os elétricos, o segundo lugar é da GWM e o terceiro, da Volvo. São os modelos 100% a bateria que fazem a Toyota cair para o terceiro lugar na soma de todos os eletrificados. Isso porque a montadora japonesa não vende nenhum produto desse segmento.
De protagonistas a coadjuvantes
Se a Toyota não tem elétrico, as outras campeãs de vendas não têm nada. Fiat, Volkswagen e Chevrolet só oferecem, no Brasil, carros 100% a eletricidade importados, com vendas baixíssimas. A italiana tem o 500e e a americana, o Bolt. Já a VW atua no mercado com o ID.4 e o ID. Buzz. Porém, esses modelos só estão disponíveis por meio de assinatura.
Pior mesmo é a situação dos híbridos. Nenhuma das três maiores montadoras tem modelos desse segmento em suas gamas, nem mesmo como produtos importados. A Volkswagen se prepara para lançar seu primeiro híbrido flex em 2025. Para o ano que vem, também está prevista a chegada de um veículo da Stellantis com essa tecnologia. Nos dois casos, os carros serão feitos no Brasil.
É do Grupo Stellantis que faz parte a Fiat. Ainda não foi divulgado qual será a primeira marca do conglomerado automotivo a ter um híbrido flex. Mas, mesmo que não seja a italiana a pioneira, esta também terá modelos eletrificados nacionais em sua linha - mesmo que isso ocorra a partir de 2026.
A Chevrolet, por outro lado, insistiu bastante no discurso do carro elétrico nacional. Agora, dá sinais de que também terá um híbrido flex - mas está atrasada no desenvolvimento da tecnologia, na comparação com as duas principais concorrentes.
Fato é que, seja com elétricos ou híbridos, todas essas montadoras já ficaram para trás na corrida pela eletrificação. As novas marcas chinesas chegaram outro dia, mas conquistaram espaço para esse segmento de uma maneira que surpreendeu o mercado e assustou as fabricantes tradicionais.
De um ano para cá, BYD e GWM foram decisivas para levar os eletrificados à fatia de quase 10% do mercado, um número muito relevante. As duas marcas mostraram que o brasileiro quer sim os carros elétricos e híbridos. E, desde que eles sejam oferecidos com adequação ao mercado, têm potencial para ser muito mais do que produtos de nicho.
Às montadoras tradicionais, o importante agora é correr atrás do prejuízo e agilizar o lançamento de seus produtos eletrificados. A questão é: será que elas terão tecnologia para, a preços competitivos, enfrentar as asiáticas não apenas no segmento de híbridos, mas principalmente no de elétricos?
Afinal, alguma das montadoras tradicionais planeja mesmo ter um carro 100% a bateria nacional, ou ao menos um importado adequado ao mercado como são os Dolphin e o Ora 03? É preciso responder logo a essas questões, pois o mercado está crescendo em velocidade assustadora mês a mês. E os protagonistas são novos jogadores: os do time chinês.
Vendas em 2024 (automóveis elétricos e híbridos)
1º BYD - 21.882 unidades
2º GWM - 8.016
3º Toyota - 6.950
4º Caoa Chery - 3.082
5º Volvo - 2.043
6º Mercedes-Benz - 1.668
7º BMW - 1.251
]8º Land Rover - 1.075
9º Kia - 989
10º Honda - 885
Fonte: Fenabrave
Reportagem
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