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"Fantasia com muita pena é para quem não samba", dispara Evelyn Bastos

Com fantasia econômica, a rainha de bateria Evelyn Bastos brilhou na Mangueira - Júlio César Guimarães/UOL
Com fantasia econômica, a rainha de bateria Evelyn Bastos brilhou na Mangueira Imagem: Júlio César Guimarães/UOL

Rafael Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

17/02/2018 23h41

Em um Carnaval marcado pela crise financeira e redução da verba da Prefeitura do Rio de Janeiro para as escolas de samba, a rainha de bateria da Mangueira, Evelyn Bastos, aceitou o desafio de brilhar com pouco - ou nenhum - luxo.

A fantasia é composta principalmente por cacos de espelho, que custam pouco e provocam um efeito impactante. A proposta combina com o enredo "Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco", que levou a verde e rosa à quinta colocação.

"Este ano, a minha fantasia não teve penas de faisão, nem pedras. É uma fantasia bem baratinha, pouco mais de R$ 900. No ano passado, custou cerca de R$ 30 mi", explica a rainha, que desfilou novamente neste Sábado das Campeãs.

Moradora da comunidade da Mangueira, Evelyn defende que as rainhas sigam essa tendência e argumenta que a simplicidade tem outras vantagens além da economia.

"Acredito que as rainhas que gostam de fantasia com muita pena e muito peso são as rainhas que não sambam. Para quem é de comunidade, quanto menos, melhor", afirma.

"Não senti falta do faisão, nem do costeiro pesado. Eu vivi muito mais o Carnaval, vim bem mais leve, solta. Consegui brincar muito mais e interagir mais com as pessoas", acrescenta Evelyn.

A rainha da bateria da verde e rosa acredita que as rainhas precisam ter mais consciência do alto custo de suas fantasias e abram mão do luxo como gesto de parceria com as agremiações.

"Um esplendor de rainha de bateria dá para pagar três alas de escola de samba. Então, se me perguntarem, eu sempre vou preferir doar para as alas", justifica.