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Blocos de rua

Juntos há 6 anos, noivos vendem geladinho em blocos de SP para casar

Angela Leão, 23, e Gustavo Gualda, 30, aproveitam a folia para realizar o sonho do matrimônio - Gabriela Fujita/UOL
Angela Leão, 23, e Gustavo Gualda, 30, aproveitam a folia para realizar o sonho do matrimônio Imagem: Gabriela Fujita/UOL

Gabriela Fujita

Do UOL, em São Paulo

12/02/2018 20h08

Ele leva o isopor com gelo e os saquinhos de suco colorido. Ela faz a propaganda, fantasiada de noiva e com um cartaz pedindo contribuições para o casamento. 

"Todo mundo pergunta se é sério, e aí a gente conta a nossa história", diz Angela Leão, 23, designer gráfico. "Se não fosse sério, a gente nem estaria aqui", diz o noivo Gustavo Gualda, 30, personal trainer.

E como é essa história? Os dois estão juntos há seis anos e meio, o noivado saiu no semestre passado.

Ele leva o isopor com gelo e os saquinhos de suco colorido. Ela faz a propaganda, fantasiada de noiva e com um cartaz pedindo contribuições para o casamento - Gabriela Fujita/UOL - Gabriela Fujita/UOL
Ele leva o isopor com gelo e os saquinhos de suco colorido. Ela faz a propaganda, fantasiada de noiva e com um cartaz pedindo contribuições para o casamento
Imagem: Gabriela Fujita/UOL
"Eu quero o sonho completo de casamento", diz a noiva. "Com cartório, igreja e festa." Então, mãos à obra! E com apoio dos irmãos dela, que ajudam nas vendas para juntar dinheiro. "Não é barato, né?", afirma Gustavo.

Ele conta que já há alguns anos estavam ensaiando para fazer algo assim. Escolheram o geladinho porque é prático.

"A gente achou que ia vender uns 40 por dia. No sábado, em um bloco na Aclimação, vendemos isso na primeira hora. No domingo, vendemos tudo em 35 minutos, deu até dó, não tínhamos mais estoque. Era um bloco com bastante crianças na Vila Mariana. Já na segunda-feira, aumentamos para 80", o noivo afirma.

O casal já tinha vendido 50 unidades quando conversou com a reportagem do UOL durante um bloco na Vila Mariana. "Se tivéssemos começado no pré-Carnaval, a gente já tinha conseguido pagar o DJ ou um bar de caipirinhas", Angela calcula. "Essa é a meta para o Carnaval!"

O preço cobrado é de um geladinho por R$ 2 ou 3 por R$ 5. Já que desta vez o público era mais baladeiro, quem comprasse geladinho tinha opção de receber uma dose de vodca e fazer ali mesmo um novo drink.

"Vão se casar?", perguntou o jornalista Ricardo Torres quando viu os dois e a placa pedindo ajuda. "Faço questão de comprar." Casado, ele disse que parou para conversar porque sabe como é o "sofrimento" na hora de pagar tudo.

Apesar das brincadeiras que às vezes o casal escuta sobre "não fazer uma loucura dessas", ouviu do jornalista que vale a pena, sim, unir as escovas de dentes, desejando votos de boa sorte.

Eles contam que querem aproveitar todos os eventos daqui por diante, como a Páscoa, para engordar a arrecadação e fazer um festão.

E viva os noivos e o Carnaval!