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Homem quase perde perna após mordida de parente; por que isso é perigoso?

Donnie Adams foi mordido na perna durante uma briga e ficou com cicatriz - Divulgação/HCA Florida Pasadena Hospital
Donnie Adams foi mordido na perna durante uma briga e ficou com cicatriz Imagem: Divulgação/HCA Florida Pasadena Hospital

De VivaBem*, em São Paulo

09/06/2023 17h14Atualizada em 10/06/2023 16h13

Um homem da Flórida, nos Estados Unidos, quase perdeu a perna após ser mordido por um parente da família. Donnie Adams, 52, tentava separar uma briga quando recebeu a mordida na região da coxa. O caso ocorreu em fevereiro deste ano.

Logo após ocorrido, Donnie chegou a procurar um atendimento médico, onde recebeu vacina antitetânica e antibióticos. Mas três dias depois, ele não conseguia mexer a perna esquerda, local que foi lesionado.

O médico analisou o machucado e disse que ele precisava de uma cirurgia de emergência. Neste momento, Donnie foi diagnosticado com fasceíte necrosante, uma infecção rara e grave, causada por bactérias que atingem rapidamente o tecido subcutâneo e a fáscia superficial (tecido que separa músculos da pele). A doença, também conhecida por "bactérias comedoras de carne", pode ser fatal.

A infecção provavelmente já teria se espalhado para o abdômen se o norte-americano tivesse esperado mais um dia antes de retornar ao hospital. Ele também corria alto risco de ter choque séptico.

Após a cirurgia e o tratamento com antibióticos, Donnie ficou no hospital por quase três semanas se recuperando antes de voltar para casa, onde permaneceu até se recuperar totalmente.

Eu nunca teria imaginado que uma mordida humana se transformaria em algo tão horrível quanto uma bactéria comedora de carne. Donnie Adams ao site norte-americano WSAV

Ele ficou com cicatrizes nas pernas, mas agradece por ainda ter a perna, e disse que todos os envolvidos na briga lamentaram muito.

Quão perigosa é nossa mordida?

Não chega a ser das mordidas mais perigosas do reino animal, mas é capaz de causar lesões graves e amputações em determinados locais, como dedos, nariz, orelhas, lábios, genitais, onde a pele é mais fina e a extensão pequena, então concentram toda a pressão.

Em áreas maiores e mais espessas (costas, pernas), as lesões costumam ser menos sérias, mas ainda assim exigem cuidados.

Já nas mãos a taxa de infecção fica em quase 50% e, por vezes, a mordida pode transmitir até doenças, como hepatite, tuberculose e sífilis.

A boca é uma região colonizada por muitas bactérias —inclusive patogênicas— que se multiplicam, entre as quais Staphylococcus, Streptococcus, anaeróbios, Eikenella corrodens.

Há risco infecções graves se a mordida do Homo sapiens, que possui 32 dentes, vai além de provocar um hematoma ou rasgo superficial e atinja planos e estruturas, como articulações (juntas), tendões e fáscias (membranas que envolvem e delimitam os compartimentos musculares).

E depois da mordida, o que fazer?

A maioria das vítimas, cuja pele tenha sido penetrada, deve tomar antibióticos via oral, para prevenir infecção pelos patógenos já citados, similares aos presentes em animais domésticos.

Se isso não for feito e o contágio se confirmar, a área afetada fica vermelha, quente, dolorosa e bastante inchada, podendo exigir uma hospitalização para tratamento cirúrgico do ferimento (que pode evoluir para uma artrite infecciosa) e administração de antibióticos intravenosos.

Por isso, a primeira coisa a se fazer após ser mordido por alguém é lavar imediatamente o local com água e sabão e, na sequência, ir ao pronto-socorro para determinar a profundidade da lesão.

Exames por imagem, como radiografia ou ultrassom são complementares e ajudam a localizar fragmentos de dentes perdidos nas lesões.

* Com informações de reportagem publicada em 21/02/2022.