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Em vídeo, mulher diz que fica até 5 dias com mesmo absorvente; veja riscos

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Imagem: iStock

Lucas Vasconcellos

Colaboração para VivaBem

19/05/2023 15h46

Está viralizando nas redes sociais o vídeo de uma mulher que diz ficar por cinco dias com o mesmo absorvente quando está menstruada.

Ela defende que o cheiro de "morte" e a textura do sangue no produto de higiene íntima lhe trazem satisfação.

Não sabemos se ela está falando sério ou não, mas o alcance que o conteúdo está ganhando pode gerar o interesse em outras pessoas de fazer a mesma coisa. Só que hábitos como esse são muito prejudiciais à saúde.

A troca do absorvente

Por mais que o fluxo menstrual não seja intenso, o uso prolongado dos absorventes não deve jamais ser colocado em prática, tanto o interno quanto os colocados sobre a calcinha.

O sangue, quando está dentro do útero, é estéril. Ao ter contato com o meio externo (vagina, calcinha, absorvente e ar), começa a se deteriorar, e bactérias e outros microrganismos se proliferam —é por isso que surge o mau odor acentuado.

Ao ficar muito tempo com o mesmo absorvente, os riscos de infecções, corrimentos (altera o pH da região) e irritação na pele (assadura) aumentam bastante.

Apesar de raro, mulheres que já têm a vagina pré-colonizada por bactérias, com a pressão do absorvente íntimo interno prolongada, podem desenvolver uma doença conhecida como síndrome do choque tóxico, que é grave e pode ser fatal.

O ideal é trocar o absorvente a cada três ou quatro horas.

Higiene no período menstrual é essencial

Durante o período menstrual, é necessário ter ainda mais cuidados com a higiene íntima: além da troca do absorvente com frequência (entre 3 h e 4 h), evite o uso de lenços umedecidos com fragrância, que favorecem a irritação na pele, e o aumento de corrimentos. Eles são apenas indicados para quem, na correria do dia a dia, não consegue lavar a parte externa da vagina com sabonete neutro. A ducha íntima não deve ser feita durante esses dias.

Anticoncepcional muda fluxo?

No vídeo, ela afirma que tomou anticoncepcional continuamente por anos e que, agora, após parar com a medicação hormonal, aconteceram mudanças na menstruação: o sangue ganhou outra coloração e densidade, além da intensidade e o tempo do fluxo terem diminuído.

Isto de fato pode acontecer por um período. Além dessas características, a dismenorreia (cólica durante a menstruação) também pode apresentar outro padrão.

Mas o fim do uso de anticoncepcional não é o único fator que altera o ciclo menstrual, o envelhecimento e doenças também podem gerar mudanças.

A maneira segura de garantir que essas transformações não estão acontecendo por algum problema de saúde é a partir da avaliação do ginecologista.

Cólicas são normais até certo ponto

As cólicas são normais nos períodos pré-menstruais e nos primeiros dias da menstruação. Alguns medicamentos podem ajudar a diminuir o desconforto, assim como compressas quentes na região do baixo ventre, banhos quentes e chás.

Cólicas muito fortes, daquelas que impedem a mulher de realizar suas atividades, não são normais e é preciso fazer uma investigação com o médico para descobrir o que está acontecendo.

Fonte consultada: Nathália Piovani, ginecologista e obstetra, preceptora da disciplina de ginecologia e obstetrícia do curso de medicina da Universidade Positivo (SP).