Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Personal brasileiro morre após ter catapora, diz jornal; doença pode matar?

Raphael Casanova ligou para se despedir da família, já bastante debilitado pelas complicações da doença - Reprodução/Instagram
Raphael Casanova ligou para se despedir da família, já bastante debilitado pelas complicações da doença Imagem: Reprodução/Instagram

Do VivaBem, em São Paulo

15/05/2023 17h35

O personal trainer brasileiro Raphael Casanova, 38, morreu por complicações de catapora, segundo jornal O Globo. Ele morava no Chile e a família tenta trazer o seu corpo para o Brasil.

A irmã de Raphael, Juliana Casanova, contou ao jornal que recebeu a notícia da morte na terça-feira (9). Ele foi diagnosticado com catapora em dezembro, recuperou-se, mas apresentou piora.

Ele contou que tinha contraído catapora, até mandou fotos das feridas. A gente ficou com medo de ser varíola dos macacos, porque parecia muito. Mas o médico diagnosticou como catapora mesmo e explicou que ele precisaria fazer um tratamento, que era uma catapora muito forte, que poderia deixar sequelas ou até levar à morte. Juliana Casanova, em entrevista ao jornal O Globo

O que aconteceu

Raphael melhorou após o tratamento, mas não voltou ao hospital para refazer os exames, segundo conta a irmã.

Depois disso, ele teria piorado, e até desmaiou na rua quando ia ao banco. Levado ao hospital, os exames indicaram lesões causadas pela catapora nos rins e no cérebro.

Raphael voltou para casa bastante debilitado. No dia seguinte, ligou para se despedir da família.

Disse que estava se sentindo mal, que fazia dias que não evacuava, que não se alimentava. Ele disse que estava morrendo sozinho, em casa. Comecei a entrar em contato com amigos dele lá, que eu não conhecia. Consegui localizar um deles, que buscou o Raphael em casa e levou para o hospital. Ele já estava bem debilitado. Ele não tinha se curado totalmente da catapora daquela vez. Juliana Casanova, em entrevista ao jornal O Globo

Catapora pode matar?

A catapora, conhecida como varicela, é provocada pelo vírus varicela-zóster, da mesma família do herpes-vírus.

Mesmo que bastante contagiosa, a doença é geralmente associada a casos benignos na infância.

Porém, pode ter desfechos graves, sobretudo em adultos com a imunidade comprometida (como pessoas com HIV ou transplantadas).

Esse temor ocorre pelo risco do vírus chegar aos órgãos internos da pessoa, um processo conhecido como visceralização.

A circulação do vírus vai para a corrente sanguínea e lá pode fazer uma infecção localizada. Com essa expressão de quantidade tão grande do vírus, ele entra em locais nobres com potencial de gravidade. Álvaro Costa, infectologista do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP)

Complicações potenciais são: meningite (em caso de sequelas cerebrais), hepatite (caso atinja o fígado) e insuficiência real (se chegar aos rins). A pessoa pode morrer dependendo da gravidade e da evolução do quadro.

Há ainda o risco de a pessoa ter infecção bacteriana secundária. Isso é facilitado pela extensão das feridas comuns da varicela. Quando há muitos machucados sem cicatrizar, bactérias podem entrar no corpo e causar infecções difíceis de serem controladas.

Como monitorar esses casos?

É preciso acompanhar o paciente para identificar cedo eventuais sinais das complicações.

É o caso de, por exemplo: febre excessiva, muitas feridas, alterações no sistema nervoso central e infecções de pulmão.

Mas a catapora é pior em adultos?

É comum ouvir isso, e a afirmação pode ser verdadeira. Mas isso não significa que a doença é mais letal, e sim que os sintomas são piores e geralmente mais prolongados do que em crianças.