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Meu filho tem 15 anos e toma creatina por causa da musculação; faz mal?

Daniel Navas

Colaboração para o VivaBem

01/11/2022 04h00

Não faz mal, mas o uso de suplementos em adolescentes geralmente não é recomendado. Não há muitas pesquisas sobre o uso em longo prazo, principalmente em quem ainda está em fase de crescimento.

Em um dos estudos disponíveis, pesquisadores da Universidade Harvard (EUA) analisaram o uso de suplementos em pessoas com idade entre 0 e 25 anos, por 11 anos. O resultado, publicado no periódico Journal of Adolescent Health, mostrou que as substâncias usadas para perda de peso, construção muscular e energia foram associadas a uma probabiliadde quase três vezes maior de riscos de problemas de saúde, quando comparadas a vitaminas.

De acordo com os pesquisadores, jovens de até 25 anos estão expostos a efeitos como ataque cardíaco, doenças no fígado, casos de câncer e até a morte ao tomarem suplementos energéticos sem orientação médica. A pesquisa também alerta que diversos suplementos (comercializados nos EUA) foram adulterados e continham substâncias químicas proibidas e metais pesados e necessitam de receita médica.

No caso da creatina, ela é um dos suplementos mais usados pelos jovens, e é composto de aminoácidos que trabalha no processo de produção de energia para o corpo. Estudos feitos em adultos já mostraram que seu uso pode melhorar o desempenho e a força de atletas durante a atividade física. Dessa forma, a substância contribui no aumento de massa magra.

Quando se trata de adolescentes, entretanto, especialistas sugerem priorizar a adequação da alimentação. A necessidade da creatina deve ser avaliada de forma individual, por um nutricionista ou médico. Deve-se levar em consideração o estado de saúde, a necessidade em função do tipo do exercício, a intensidade do treino e os possíveis benefícios.

O uso excessivo dessa substância pode levar à sobrecarga dos rins e do fígado. Por isso, deve-se ter atenção no consumo diário de água e o acompanhamento profissional para que não ocorra danos ao organismo.

Fontes: Ana Lina Carvalho C. Sales, nutricionista e chefe da unidade de gestão da inovação tecnológica do HU-UFPI/Ebserh (Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí vinculado a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares); Edvânia Soares, nutricionista da Estima Nutrição, especialista em nutrição clínica, geral, e nutrição esportiva; Fernanda Ferraz, nutricionista do Alta Diagnósticos; Luiza Esteves, endocrinologista do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba.

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