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Braço, costas, pé, rosto: saiba onde mais dói fazer tatuagem

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Imagem: iStock

Thaís Lyra

Colaboração para VivaBem

07/10/2022 04h00

Está louco para fazer uma tatuagem em um local bem escondido do corpo? Será que você sabe das implicações dessa decisão? A cantora Anitta já revelou que tatuou a região anal. Não existe nenhuma proibição de tatuar a área, mas podem ocorrer alguns transtornos, como infecções e maior sensibilidade à dor.

Além desta parte, existem pontos igualmente dolorosos e perigosos, principalmente aqueles com pele fina, próximo a ossos, com pouca gordura ou com alta concentração de terminações nervosas. Por isso, mais importante do que escolher o desenho, a frase, o símbolo, vale pensar muito bem antes de decidir qual lugar do corpo você quer tatuar.

Dor é bastante individual, mas...

Uma pergunta natural a ser feita é: "Fazer uma tatuagem dói?" Embora a maioria das pessoas diga que sim, na realidade essa é uma pergunta complexa de responder. A tatuagem envolve perfurar repetidamente a camada superior da pele com uma agulha afiada coberta de pigmento.

Portanto, fazer uma tatuagem geralmente é sempre doloroso, mas cada pessoa experimenta a dor de maneiras diferentes. O local da sua tatuagem, assim como seu gênero, podem afetar essa dor.

Anitta e sua tatuagem na costela - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Anitta também tem uma tatuagem na costela, local em que dor costuma ser intensa
Imagem: Reprodução/Instagram

Embora não haja evidências científicas que digam quais áreas do corpo sentirão mais e menos dor ao serem tatuadas, pessoas da indústria de tatuagens e médicos dermatologistas dão uma boa ideia baseados na experiência.

O consenso geral: os lugares menos dolorosos para se tatuar são aqueles com mais gordura, menos terminações nervosas e pele mais grossa. Os lugares mais dolorosos para se tatuar são aqueles com menos gordura, mais terminações nervosas e pele mais fina. As áreas ósseas costumam doer muito.

Sendo assim, regiões de pele menos espessa e/ou próximas a proeminências ósseas, como a das costelas, cotovelos, axilas, pés, mãos, tornozelos e joelhos costumam ser mais dolorosas e sensíveis.

Lábios, a região vaginal, anal ou próximo da glande não devem ser tatuados. Além de a tatuagem ser traumática, são mais frequentes a ocorrência de infecções bacterianas pelo contato com fezes, urinas, outras secreções e pelo abafamento. Então há de se ter uma decisão muito bem fundamentada ao escolher uma zona de mucosa. Exigem cuidado redobrado no que diz respeito à higienização.

Lugares com mais gordura fazem o processo ser mais fácil e menos indolor, como glúteos, coxas (exceto na parte interna), panturrilhas, tríceps (acima do cotovelo) e costas (exceto a região da coluna).

Regiões onde existe maior tendência a ressecamento e maior exposição à radiação ultravioleta também devem ser evitadas para haver maior preservação dos pigmentos: rosto e orelha, por exemplo. Locais suscetíveis a constante atrito, como a área do sutiã, também não são ideais.

Palmas das mãos e as solas dos pés não devem receber tatuagens. O motivo é simples: como sofrem muita regeneração celular, é quase certo que o pigmento irá espalhar ou sumir.

Atenção: o esquema abaixo é baseado em informações coletadas com médicos e tatuadores e partindo da lógica das regiões com mais e menos gordura, pele mais fina e grossa e próxima a ossos, como já foi explicado acima. Novamente, cada pessoa sente a dor de uma maneira diferente, algumas com mais tolerância e outras menos, não há 100% de certeza de que você vai sentir muita ou pouca dor em determinado lugar.

Onde mais dói fazer tatuagem? - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Decidiu tatuar?

Primeira coisa: pense bem porque é algo permanente no primeiro momento e não dá para, simplesmente, apagar. Uma vez feita, há cuidados na recuperação, como uso de produtos tópicos, evitar a exposição solar e ingestão de certos alimentos só para citar alguns.

Novo desenho

Tatto Dani Alves - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Dani Alves, jogador de futebol, tem uma tatuagem de ouro olímpico
Imagem: Reprodução/Instagram

Tenha em mente que o pigmento ficará em um organismo vivo, terá regeneração e movimentação celular com o passar dos anos. As regiões com mais movimentações, próximas às articulações, são as que mais sofrem alterações. Resumindo: você escolhe um desenho e ele vira outro depois de um período.

Pintas e sinais

Uma questão importante é que tatuagens não devem cobrir os nevos (pintas e sinais). Essas manchas podem modificar ao longo do tempo e, se estiverem cobertas por tinta, fica difícil notar essa transformação. Escute o tatuador: se ele disser que não tatuará determinado local e indicar um dermatologista, siga a orientação.

Traço e cor

Os desenhos mais delicados tendem a doer menos na hora da tatuagem. Quanto mais fina a agulha menor a ferida. Em relação à tinta, as pretas causam menos impactos. Já as coloridas tendem a incomodar mais, pois são geralmente utilizadas para preenchimento, então, a área machucada é maior.

E se bater o arrependimento?

Juju Salimeni finaliza o processo de remoção de tatuagem com o nome de Felipe Franco - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Juju Salimeni durante o processo de remoção de tatuagem com o nome de Felipe Franco, ex-marido
Imagem: Reprodução/Instagram

É possível remover, mas não é tão simples. A técnica mais utilizada é o laser de alta pulsação rápida. Algumas cores, como vermelho, são mais difíceis de desaparecer. Muitas vezes você não consegue tirar, apenas oxida o pigmento, saindo de vermelho para marrom.

Pontos mais sensíveis também são os que mais absorvem o pigmento. Por isso, são necessárias várias sessões de remoção, agredindo a pele podendo levar a queimaduras. As áreas que respondem melhor ao tratamento são a cabeça e pescoço, seguidas do tronco. Tatuagens localizadas nas extremidades, como mãos e pés, também são complicadas de serem removidas.

Apagar uma tatuagem pode ser doloroso e não é de um dia para o outro. Nas menores, o incômodo é minimizado pelo uso de anestésico em creme antes do procedimento. No caso das maiores ou em pacientes mais sensíveis à dor, pode-se realizar a infiltração local com anestesia. Em média, o arrependido precisa de 10 sessões com intervalo de 30 dias entre elas para finalizar o tratamento.

Fontes: Luann Lôbo, dermatologista formado pela UCB (Universidade Católica de Brasília); Lucas Fernandes, dermatologista formado pela UFBA (Universidade Federal da Bahia); Maria Cristina Arci Santos, dermatologista formada pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); Tatiana Alves, tatuadora; Werick França, dermatologista pela Uningá (Centro Universitário Inagá), de Maringá (PR).