Ordem em que comemos os alimentos faz diferença? Saiba por onde começar

A sequência em que consumimos os alimentos no nosso prato tem ganhado cada vez mais destaque em estudos. O argumento que incentiva as pesquisas é de que não é apenas a qualidade, mas também a ordem do que ingerimos pode afetar nossa saúde e metabolismo.

Paulo Chaccur, cirurgião cardiovascular e colunista de VivaBem, explica que os alimentos são processados pelo organismo em ritmos diferentes, exigem ambientes com pHs específicos e têm tempos de trânsito variados no trato gastrointestinal - e fornecem nutrientes de maneiras distintas.

O estômago, por exemplo, é altamente ácido (pH baixo), o que facilita a quebra de proteínas. Por outro lado, o intestino delgado é mais alcalino (pH mais elevado), proporcionando um ambiente favorável para a ação de enzimas digestivas que quebram gorduras e carboidratos. Assim, proteínas, carboidratos e gorduras são digeridos e melhor absorvidos em diferentes estágios e locais do sistema digestório.

Paulo Chaccur, cirurgião cardiovascular

Por qual alimento iniciar a refeição?

A maioria dos especialistas sugere iniciar a refeição com vegetais ricos em fibras (sejam eles crus ou cozidos), seguidos por proteínas e gorduras saudáveis, e finalmente, consumir os carboidratos (amidos e açúcares).

A lógica por trás disso é que as fibras, gorduras e proteínas podem ajudar a retardar a digestão de carboidratos, especialmente os refinados, como arroz, pão e macarrão.

Os benefícios propostos para essa sequência de consumo de alimentos estão relacionados principalmente à sensação de saciedade (ou seja, a percepção de estarmos satisfeitos ou não) e à regulação dos níveis de açúcar no sangue, ou seja, o equilíbrio glicêmico.

A ideia é consumir alimentos em uma ordem que promova uma digestão mais eficiente, favorecendo a absorção de nutrientes, além de auxiliar no controle do peso e do diabetes.

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Mas sem generalizar e ser extremista

Embora essa estratégia, geralmente chamada de ordem dos alimentos ou sequência das refeições, tenha potencial para ser útil e benéfica para indivíduos com diabetes, obesidade e outras doenças metabólicas que interferem no sistema cardiovascular, ela não é uma garantia de controlar os níveis de açúcar no sangue, assim como manter o peso dentro do que é considerado saudável.

Uma alimentação saudável não significa cortar ou se concentrar em alimentos ou nutrientes específicos. Nem mesmo manter esse controle e preocupação em todas as refeições. Comer aquilo que gostamos faz bem e é uma parte importante da vida - a menos que você tenha uma restrição indicada e recomendada por um profissional de saúde Paulo Chaccur.

A dica do cirurgião é buscar o consumo balanceado, a variedade e a qualidade geral dos alimentos que compõe a maioria das refeições. Há aqueles que é preciso priorizar, como frutas e legumes, e outros que devem fazer parte das refeições de forma mais esporádica, a exemplo alimentos ricos em gordura saturada, açúcar e sal.

*Com informações de texto publicado em 24/12/2023

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