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Isa Scherer foi diagnosticada com pré-eclâmpsia antes do parto; o que é?

Isa Scherer posa com um dos gêmeos - Hanna Rocha
Isa Scherer posa com um dos gêmeos Imagem: Hanna Rocha

Do VivaBem*, em São Paulo

03/09/2022 11h56

A atriz e vencedora do Masterchef 2021 Isa Scherer contou que foi diagnosticada com pré-eclâmpsia antes do parto. "Na madrugada de domingo para segunda eu tive muito mal estar. Comecei a vomitar muito, a passar mal, me sentindo estranha. Vim para a maternidade e estava com a pressão alta. A gente repetiu os exames e fui diagnosticada com pré-eclâmpsia e marcamos a cesária para o mesmo dia, na segunda-feira, às 13h", disse na sexta-feira (2), em seu perfil no Instagram.

A condição é uma doença hipertensiva específica da gravidez. Normalmente, a hipertensão é definida como a pressão arterial acima de 14/9 (140/90 mmHg) e é considerada grave quando a pressão está acima de 18/12. Isa não disse como estava sua pressão pouco antes do nascimento dos gêmeos, mas neste sábado (3), contou que teve um pico ontem (2), mais alto do que no próprio parto, chegando a 18x11.

A causa mais comum da pré-eclâmpsia é uma alteração na implantação da placenta. Quando não ocorre de maneira adequada, aumenta a resistência dentro dos vasos sanguíneos, elevando a pressão. A doença pode ser diagnosticada por meio de exames e avaliações médicas.

Ela pode vir acompanhada dos seguintes sintomas:

  • Inchaço no corpo todo;
  • Alteração de visão;
  • Diminuição do volume urinário;
  • Falta de ar;
  • Redução do líquido amniótico.

Fatores de risco

Entre os fatores de risco para o desenvolvimento da pré-eclâmpsia, é possível destacar, principalmente:

  • Pacientes muito jovens (geralmente abaixo dos 19 anos);
  • Pacientes acima dos 35 anos;
  • Hipertensão (quem já tinha problemas de pressão);
  • Diabetes;
  • Obesidade;
  • Pré-eclâmpsia em gestações anteriores;
  • Gestação múltipla;
  • Trombofilias (síndrome do anticorpo antifosfolípide);
  • Lúpus.

É perigoso?

Em casos graves, pode afetar e causar graves lesões nos rins e no fígado. Em situações extremas, leva ao inchaço do cérebro e causa alteração na função hepática (síndrome de Hellp) e, eventualmente, derrame.

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 92% das mortes maternas são consideradas evitáveis e ocorrem, principalmente, por hipertensão (incluindo pré-eclâmpsia), hemorragia ou infecções puerperais. A morte materna é qualquer morte que ocorra durante a gestação, parto ou até 42 dias após o parto.

Tratamento

A única maneira de controlar a pré-eclâmpsia e evitar que evolua para eclâmpsia (forma mais grave da doença) é o acompanhamento pré-natal criterioso.

Pacientes diagnosticados devem fazer repouso, medir com frequência a pressão arterial e adotar uma dieta com pouco sal.

Medicamentos anti-hipertensivos e anticonvulsivantes são indicados para o controle dos quadros de eclâmpsia mais graves, que podem exigir a antecipação do parto. A doença regride espontaneamente com a retirada da placenta.

Se houver um diagnóstico precoce, que aponte a probabilidade de a paciente desenvolver a pré-eclâmpsia, é possível receitar ácido acetilsalicílico (AAS) e cálcio, como forma preventiva.

Pequenas doses de AAS (100 a 150mg/dia), entre 12 a 36 semanas de gravidez, e a administração de cálcio, de 1 a 2 gramas por dia, principalmente em mulheres com baixa ingestão deste nutriente, diminui em até 70% o risco de pré-eclâmpsia. Mas qualquer medicamento só deve ser ingerido com prescrição e avaliação médica.

*Com informações de reportagem publicada em 26/04/2020 e do site Drauzio Varella.