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Catalonha auxilia na saúde dos ossos e é antioxidante; conheça benefícios

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Imagem: iStock

Cecilia Felippe Nery

Colaboração para o VivaBem

18/04/2022 04h00

Em uma alimentação saudável, frutas, legumes e verduras não podem faltar. No caso das verduras, há uma variedade delas que devem ser incluídas diariamente na dieta alimentar, como a catalonha.

O nome científico da catalonha é Chicorium intybus, uma hortaliça que pertence à mesma família do dente-de-leão, da alface, da chicória e do almeirão, a asteraceae. "Apesar de ser conhecida como uma variação da chicória e da escarola, as folhas da catalonha apresentam uma intensidade de verde-escuro e profundo, bordas serrilhadas e sabor mais amargo", afirma a médica nutróloga Isolda Prado.

Na verdade, existem três variedades da hortaliça: almeirão catalonha (folhas abertas, estreitas com coloração verde), catalonha (folhas abertas, largas, dentadas com coloração verde-escura) e a sapadona (folhas abertas, estreitas com coloração verde médio).

Proveniente da Europa e da Ásia, a catalonha era bastante utilizada para fins medicinais, para melhorar o metabolismo e a digestão de romanos, gregos e egípcios.

A hortaliça, de acordo com a nutricionista Tayana Vago, faz parte do grupo das verduras que podem ser consumidas diariamente. "Por sua composição nutricional, pode ser usada para tratamento de condições de saúde óssea, imunidade, queda de cabelo, saúde intestinal e saúde cardiovascular", aponta.

No Brasil, é cultivada maioritariamente na região Sudeste. A safra ocorre nos meses de março, agosto, setembro e outubro.

Benefícios da catalonha

A hortaliça é rica em fibras e vitaminas do complexo B, vitamina A e minerais como cálcio, fósforo, potássio e ferro. De acordo com a TBCA (Tabela Brasileira de Composição de Alimentos), da USP (Universidade de São Paulo), em 100 g de catalonha refogada encontram-se:

  • 63 kcal
  • 4,81 g de carboidratos
  • 1,95 g de proteínas
  • 4,81 g de lipídios
  • 3,65 g de fibras
  • 63,2 mg de cálcio
  • 16,3 mg de magnésio
  • 35,4 mg de fósforo
  • 0,60 de vitamina B3 (niacina)
  • 850 mcg de vitamina A

A seguir, veja os principais benefícios da verdura:

1. Melhora o sistema circulatório

A catalonha auxilia a regular a pressão arterial e o metabolismo no geral, por ser fonte de potássio. O consumo mais elevado desse mineral foi associado a uma redução de 24% do risco de AVC.

2. Evita câimbras

A concentração de cálcio na catalonha tem importante papel na contração muscular, ajudando a evitar câimbras e auxiliando na melhoria da saúde nervosa e mental.

3. Fortalece os ossos

O cálcio contribui ainda para fortalecer dentes e ossos, ajudando a prevenir a osteoporose.

4. Melhora o funcionamento do intestino

A catalonha possui inulina, fibra solúvel que tem efeito prebiótico no intestino, promovendo o crescimento de microrganismos benéficos à microbiota. A verdura melhora o trânsito intestinal, previne a prisão de ventre e estimula a imunidade.

5. Previne aterosclerose

A inulina também auxilia na redução da absorção das gorduras pelo organismo, reduzindo o risco de aterosclerose (acúmulo de gorduras, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias e dentro delas).

6. Ajuda os processos biológicos

Por conter vitamina A, a catalonha auxilia nos processos biológicos, como diferenciação, proliferação e reprodução celular, comunicação intercelular, além de melhorar a acuidade visual e resposta imune.

7. É antioxidante

Conforme estudo publicado em 2021, a catalonha também possui efeitos anti-inflamatório, antioxidante, desintoxicante, antiproliferante e hepatoprotetor.

8. Melhora a saúde da pele

Rica em vitamina A, fonte importante para a renovação celular, a catalonha contribui para a saúde da pele, ajudando a combater o envelhecimento.

9. Combate a anemia

As folhas verde-escuras da catalonha, assim como de outros vegetais, possuem ferro, o que contribui na prevenção da anemia. Além disso, melhora o transporte de oxigênio para todos os tecidos do corpo.

Benefícios em estudo

A inulina, um componente ativo da raiz de Chicorium intybus, demonstrou em um estudo estimular o crescimento de bifidobactérias e inibir a carcinogênese do cólon. Essa fibra ajuda várias funções de defesa, incluindo atividade antimicrobiana e anticarcinogênica.

Como consumir

A catalonha pode ser consumida cozida ou refogada, acompanhada de outros vegetais em saladas ou ainda em sucos com frutas e outras verduras. "O sabor amargo pode ser eliminado na fervura, em cozimento com alto volume de água por médio a longo prazo. Ou ainda associar temperos naturais no preparo", ensina Vago.

Para quem não gosta do sabor amargo, Alexandra Alexandrino de Oliveira, nutricionista da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), também sugere higienizar a catalonha, cortar as folhas bem fininhas e deixar ferver por 10 minutos. Após a fervura, escorrer as folhas e refogá-las com temperos a gosto.

Se for refogar a catalonha, acrescente azeite, alho, sal e ervas naturais. Pode ser preparada junto com feijões ou arroz ou ainda em preparações, como bolinhos, recheios de tortas e salgados.

"Além das folhas, os talos também podem ser utilizados, pelo seu conteúdo de nutrientes, pois contêm muitas vitaminas e sais minerais", assegura Prado. As folhas e talos podem ser temperados com óleo, sal e caldo de limão. Podem ainda ser refogadas, depois de cozidas. "O período de conservação em geladeira é de três a quatro dias", completa a nutróloga.

Riscos e contraindicações

Para quem precisa da restrição de potássio na alimentação (pacientes com doença renal, como exemplo), é necessário o cozimento e a eliminação da água do cozimento, porque dessa forma é possível diminuir a quantidades desse eletrólito, orienta Prado.

Em razão do alto teor de fibras, também não é indicada para indivíduos com quadro de diarreia. "E devido ao alto teor de oxalatos, não é recomendada para pessoas com risco de cálculo renal", adverte Vago.

Fontes: Alexandra Alexandrino de Oliveira, nutricionista da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), pós-graduada em nutrição clínica pelo Centro Universitário São Camilo; Isolda Prado, médica nutróloga pelo HCFMRP/USP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/Universidade de São Paulo) e Asbran (Associação Brasileira de Nutrologia) e professora de nutrologia da UEA (Universidade do Estado do Amazonas); Tayana Vago, nutricionista, especialista em nutrição funcional e doutora em oncologia e ciências médicas pela Universidade Federal do Pará.