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Com Nunes, Doria minimiza apagão de vacinas na capital e promete mais doses

Lucas Borges Teixeira, Rayanne Albuquerque e Mariana Durães

De VivaBem, em São Paulo

23/06/2021 08h01Atualizada em 23/06/2021 14h30

Um dia depois de trocarem farpas, o governo do estado de São Paulo e a prefeitura da capital colocaram panos quentes no desencontro que culminou na suspensão da vacinação contra covid-19 na cidade ontem. Lado a lado em coletiva hoje, o governador João Doria (PSDB) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) minimizaram o ocorrido e repassaram a responsabilidade ao Ministério da Saúde.

Desde a semana passada, a Prefeitura de São Paulo já estava preocupada com uma possível falta de doses, por causa da antecipação do calendário de imunização estadual, que condensou as faixas etárias em períodos menores. Com o apagão em quase 400 dos 520 postos de vacinação na última segunda (21), as duas esferas de governo apresentaram versões divergentes sobre a organização da campanha até ontem.

Mas hoje, no Palácio dos Bandeirantes, Doria desviou de qualquer desentendimento.

As relações seguem como sempre foram: boas, fluidas e voltadas ao atendimento da população especialmente no que se refere à vacinação."
João Doria, governador de São Paulo (PSDB)

Nunes não deixou por menos. O prefeito concordou com Doria e afirmou que há um "grande esforço" para garantir o abastecimento nas centenas de pontos de vacinação na capital.

A relação da Prefeitura de São Paulo com o governo do estado é a melhor possível. Estamos todos imbuídos em salvar as vidas, fazer nosso papel, que é cuidar da população, ter número de leitos, vacinar as pessoas. Esse é o nosso propósito.
Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo (MDB)

A coordenadora do PEI (Plano Estadual de Imunização), Regiane de Paula, disse que o calendário de vacinação pode ser mantido, já que o Ministério da Saúde retomou as entregas e a capital deve receber mais doses nos próximos dias. Mas a equipe tucana cobrou o governo federal, como faz normalmente nas coletivas.

"Precisamos das vacinas prometidas pelo Ministério da Saúde. E, infelizmente, nas últimas semanas, as previsões não foram atendidas. E além de não atendidas no prazo, foram reduzidas no número. O que nós desejamos e esperamos é que isso não mais aconteça", disse Doria.

Nunes disse que, na capital, serão vacinados:

  • Os adultos com mais de 48 anos amanhã;
  • Quem tem 47 anos na sexta; e
  • Haverá repescagem no fim de semana, para quem tem entre 47 e 49 anos e não se vacinou.

"Até sábado, faremos o anúncio da próxima faixa etária", avisou o prefeito.

Outras versões

Ontem, em uma versão anterior sobre a falta de vacinas, Nunes disse que Doria foi avisado no sábado à noite, às 19h36, que as doses de imunizantes contra a covid-19 estavam acabando na capital.

A resposta de Nunes foi para rebateruma declaração do secretário de Saúde do estado, Jean Gorinchteyn. Em entrevista à TV Globo, o secretário afirmou que o estado foi comunicado só na segunda, às 18h, sobre a falta de imunizante.

O prefeito afirmou, então, que enviou uma mensagem via WhatsApp no sábado à noite à coordenadora do Plano Estadual de Vacinação, Regiane de Paula.

Hoje, as críticas se voltaram apenas à distribuição pelo Ministério da Saúde. Doria lembrou que, além de São Paulo, outras cinco capitais também interromperam a distribuição das doses.

"Ontem mesmo, na reunião do Fórum de Governadores, onde participaram os 27 governadores, houve uma preocupação de todos os governos com relação à distribuição de vacinas pelo Ministério da Saúde", afirmou.

Nem Doria nem Regiane de Paula explicaram, no entanto, porque, quando anteciparam o calendário, não avaliaram as possíveis mudanças no cronograma do Ministério da Saúde —algo que já havia ocorrido nos meses anteriores. O governador paulista voltou a afirmar que toda a população adulta do estado deve tomar a primeira dose até 15 de setembro.

Vacinação para 49 anos começou hoje

De acordo com o calendário apresentado no dia 13 de junho, o estado de São Paulo inicia hoje a vacinação do público entre 43 e 49 anos. Porém, as cidades têm adaptado o calendário, fazendo um escalonamento entre as idades.

A capital São Paulo, por exemplo, vacina hoje as pessoas com 49 anos. Ontem, a imunização na cidade ficou suspensa por causa da falta de doses.

A administração municipal diz que recebeu, agora, 181 mil doses de CoronaVac e 30 mil de Oxford/AstraZeneca para retomar a vacinação.

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