Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Gene faz mulheres com Alzheimer viverem mais que homens, diz estudo nos EUA

Mulheres com Alzheimer têm sobrevida maior que homens por conta de um gene no cromossomo X - Getty Images/iStockphoto
Mulheres com Alzheimer têm sobrevida maior que homens por conta de um gene no cromossomo X Imagem: Getty Images/iStockphoto

Do VivaBem

04/09/2020 09h29

Um gene presente no cromossomo X pode explicar por que mulheres com Alzheimer tendem a viver mais do que homens com a doença. Um estudo publicado na revista Science Translational Medicine indica que o gene ajuda a desacelerar o declínio cognitivo e a melhorar a sobrevida em pessoas com doença de Alzheimer.

Em comparação com os homens, as mulheres têm maior probabilidade de desenvolver Alzheimer. Nos Estados Unidos, por exemplo, elas representam quase dois terços dos americanos afetados pela doença.

Nos homens, porém, a condição tende a progredir mais rapidamente, com um declínio cognitivo mais rápido e morte mais cedo do que nas mulheres.

Cromossomo X

Cada pessoa normalmente tem um par de cromossomos sexuais em cada célula de seu corpo. Pessoas nascidas do sexo feminino geralmente têm dois cromossomos X, enquanto pessoas designadas como do sexo masculino geralmente têm um cromossomo X e um cromossomo Y.

O gene estudado pelos pesquisadores é encontrado apenas nos cromossomos X. Ele diz ao corpo como produzir a proteína KDM6A, que é conhecida por desempenhar um papel na cognição.

Os cientistas avaliaram os efeitos da KDM6A em humanos e camundongos e encontraram evidências de que a proteína ajuda a desacelerar o declínio cognitivo e a melhorar a sobrevida em pessoas com a doença de Alzheimer.

"Descobriu-se que o gene KDM6A tem efeitos protetores no cérebro. Assim, quanto mais doses do gene - ou seja, XX contra XY —, melhor a resiliência", afirma Michelle M. Mielke, diretora do Centro Especializado de Excelência em Pesquisa em Diferenças de Sexo da Mayo Clinic College of Medicine, em Rochester, nos EUA.

Ela não participou da pesquisa, mas disse ao site Healthline que "um próximo passo será identificar outros genes nos cromossomos X ou Y que são benéficos ou prejudiciais para o cérebro".

Isso ajudará os especialistas a desenvolver uma "melhor compreensão de algumas das vias que podem proteger o cérebro e, portanto, serem potenciais alvos de medicamentos".