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'Falar qual vacina é mais promissora é impossível', diz integrante da OMS

Vacina covid-19 coronavírus - Freepik
Vacina covid-19 coronavírus Imagem: Freepik

Do UOL, em São Paulo

19/08/2020 13h35

A brasileira Cristina Toscano, Integrante do grupo de trabalho de vacinas para covid-19 da OMS (Organização Mundial da Saúde), diz que ainda é impossível saber qual das candidatas a vacina contra o novo coronavírus é a mais promissora. Ela explicou que, de acordo com o que se tem até o momento, só é possível classificar os diferentes estudos cronologicamente, e não qualitativamente. Além disso, Cristina afirmou que o Brasil está bem posicionado nesta "corrida".

Cristina é médica epidemiologista e foi convidada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a participar dos estudos de vacinas contra a covid-19 na América do Sul. Ela, que também é professora e pesquisadora da Universidade Federal de Goiás (UFG), explicou que a fase três vai definir quais das candidatas poderá chegar ao público com segurança e eficiência - mas só depois da conclusão destes estudos é possível da ruma resposta definitiva.

"Falar em uma mais promissora é impossível neste momento. Falamos em um portfólio de vacinas, e elas inclusive utilizam tecnologias de produção diferentes e tem resultados preliminares positivos no sentido de produzir anticorpos. Mas são os estudos de fase três se esses anticorpos produzidos, conforme mostrado nas formas 1 e 2, se traduzem de fato em proteção e prevenção contra a infecção e contra a doença", disse a integrante do grupo ligado à OMS, à CNN.

"Podemos falar em mais avançado no sentido cronológico, em termos de ter iniciado os estudos de fase 3, mas daí a dizer qual é a melhor candidata para ser aprovada, neste momento é impossível. O aspecto é que temos várias possibilidades bastante promissoras", adicionou.

Para Cristina, o fato de o Brasil já possuir alguns acordos bilaterais é benéfico, além do fato de o país ser alvo das pesquisas com vacinas, por conta da grande incidência da covid-19.

"O Brasil está bastante bem posicionado, por vários fatores. O fato de ter uma equipe de pesquisadores e instituições estabelecidas tanto para produção de vacina quanto para realização de estudos clínicos, é bastante promissor. E o fato de estar tendo transmissão no Brasil de maneira importante é um dos atrativos de se realizar os estudos de fase três aqui. O fato de ter todo esse desenvolvimento tanto do processo de novas vacinas quanto dos estudos de fase três facilita uma série de acordos, como os bilaterais, que estão sendo estabelecidos, a da Universidade de Oxford com Fiocruz e Bio-Manguinhos, a Sinovac com Instituto Butantan e outras possibilidades", afirmou ela.

A vacina russa é vista com ceticismo pela profissional, que lembra que ela só tem registro oficial até a fase 1.

"Em relação à vacina russa, ela completou, de acordo com a documentação internacional que a gente faz monitoramento, estudos de fase 1. Então, ela foi testada no número reduzido de 38 participantes, e ainda precisa ser realizado os estudos de fase 2 e 3, para que de fato seja avaliada pela sua eficácia. O fato de ser registrada na Rússia não indica que ela possa ser utilizada", concluiu.