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Existe uma síndrome do coração partido --e ela pode aumentar risco de morte

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Imagem: iStock

Do UOL VivaBem, em São Paulo

09/11/2018 15h21

Partir o coração dói, mas obviamente não vai matá-lo. Uma outra síndrome, no entanto, que também se chama coração partido, aumenta o risco de morte, tanto a curto como a longo prazo. A conclusão é de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Zurique, na Suíça.

Pessoas com síndrome do coração partido --também chamada de cardiomiopatia induzida por estresse-- sentem uma dor no peito abrupta, intensa, acompanhada de falta de ar. Os sintomas, embora muito parecidos com os de um ataque cardíaco, não incluem artérias bloqueadas. A maioria das pessoas recupera-se totalmente dentro de algumas semanas, por exemplo.

O problema é que ela pode, sim, ameaçar a vida de alguns indivíduos. De acordo com o estudo, 1 em cada 10 pessoas que sofrem da síndrome desenvolvem complicações como o choque cardiogênico, ou melhor, quando o coração não consegue bombear sangue suficiente para o resto do corpo.

Para descobrirem qual o verdadeiro impacto da tal síndrome na mortalidade, os cientistas acessaram informações do maior banco de dados relevante para a síndrome do coração partido: o Registro Internacional Takotsubo.

Eles estudaram informações de 198 pessoas que desenvolveram choque cardiogênico como resultado da síndrome. Eles compararam isso com dados de 1.880 pessoas que tiveram a síndrome, mas não a complicação. A idade média do primeiro grupo foi de 63,4 anos, enquanto a do último foi de 67,2 anos.

Os resultados revelaram que, em pessoas que desenvolveram choque cardiogênico, o estresse físico foi mais do que duas vezes mais provável de ter causado a síndrome do coração --os pesquisadores acreditam que os hormônios induzidos pelo estresse, produzidos em resposta a emoções extremamente estressantes, como luto intenso, raiva ou surpresa, possam causar essa síndrome. O evento estressante pode ter sido um ataque de asma ou um procedimento cirúrgico, por exemplo.

Além disso, os pacientes com choque cardiogênico eram mais propensos a morrer no hospital e mais propensos a morrer dentro de 5 anos após o desenvolvimento da síndrome.

Especificamente, 23,5% dos participantes do estudo com choque morreram no hospital, em comparação com apenas 2,3% daqueles que não desenvolveram a complicação.

Arritmia, anormalidades no ventrículo esquerdo do coração, diabetes ou tabagismo também foram prevalentes no grupo com choque cardiogênico.

"Pela primeira vez, esta análise descobriu que pessoas que sofreram insuficiência cardíaca complicada pelo choque estavam em alto risco de morte anos depois, sublinhando a importância de um cuidadoso acompanhamento a longo prazo, especialmente neste grupo de pacientes", comenta Christian Templin, principal autor do estudo.

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