Topo

Ageless

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Conheça 13 sinais que indicam que você pode estar na perimenopausa

iStock
Imagem: iStock

Colunista do UOL

07/05/2021 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Há pouco mais de três anos, ao completar 47, comecei a vivenciar rotinas frequentes como esta: ao sair para trabalhar, entrava no carro e notava que havia esquecido a bolsa. Ao voltar para busca-la, acabava deixando o celular sobre a mesa. Ao resgatar o telefone, perdia a chave do carro. Cheguei a pensar que estivesse com os primeiros sintomas de Alzheimer ou algo assim. Preocupada, fui à médica. Uma bateria de exames depois: "Você está na perimenopausa", me disse ela.

"Peri o quê?"

Quem me acompanha por aqui e no Instagram (me siga lá também @silviruizmanga) já sabe que hoje esse é um termo que uso com frequência para definir meu atual estágio da vida reprodutiva, que significa "próximo da menopausa". Mas, na época, eu jamais tinha ouvido falar que existia algo assim. Achava que, um belo dia, deixaria de menstruar, lá pelos 50 e poucos anos, e saberia que finalmente cheguei na menopausa. Ledo engano.

Embora esse estágio da vida vá acontecer com todas as mulheres, falamos muito pouco e, portanto, sabemos muito pouco sobre ele. O fato é que menopausa ocorre oficialmente no dia em que completamos 12 meses consecutivos sem menstruar. Mas as alterações hormonais que levam a isso começam bem antes, e podem ser observadas de 3 a 4 anos antes, sem você se dar conta por seguir menstruando (um exame de sangue pode atestar se as taxas hormonais estão caindo). Podemos dizer que a perimenopausa é um período de transição e que pode apresentar vários sintomas importantes (e que podem ser bem incômodos). Se você se identificar com eles, procure um especialista, pois há soluções que podem ajudar. No meu caso, por exemplo, foi a reposição hormonal.

  1. Alterações menstruais

Podem começar a aparecer falhas na menstruação nesse período. Alguns meses sem menstruar, fluxos mais ou menos intensos do que o normal. Esse é um sinal de que a flutuação dos hormônios está acontecendo.

  1. Problemas com o sono

Não há nada pior do que uma noite mal dormida. E alterações nos hormônios na perimenopausa podem causar suor noturno, fazendo a gente despertar do sono profundo e impedir uma noite reparadora. Vale falar com seu médico se esse sintoma ocorrer com frequência.

  1. Mudanças de humor, irritação, ansiedade

Assim como na TPM, algumas mulheres experimentam altos e baixos no humor graças à flutuação hormonal na perimenopausa. Para piorar, quem também sofre com a falta de sono terá o humor mais afetado ainda.

  1. Ondas de calor

Esse certamente é o sintoma da menopausa de que a gente mais ouve falar, mas o que poucos sabem é que ele pode começar precocemente, bem antes da pausa da menstruação. Os calores em geral vêm em "ondas" que podem durar até dez minutos e provocar suor e sensação de rosto quente. Esses calores podem ocorrer durante o dia ou à noite e atrapalhar o sono. Evitar alimentos apimentados e usar roupas de tecido natural podem ajudar.

  1. Secura vaginal

A queda do hormônio estrogênio torna nossos tecidos como pele e mucosas mais finos e secos (você pode experimentar e pele do rosto mais seca, por exemplo). Com isso, a vagina, que é uma mucosa, também é afetada. O resultado pode ser coceira, ardência ou dor durante o sexo. Além da reposição hormonal, lasers vêm sendo usados para tratar a região íntima. Procure um médico.

  1. Falta de memória

Como eu disse, esse foi meu principal sintoma. Esquecer as chaves, os óculos, o horário de compromissos pode ser um baita incômodo. Os nossos hormônios têm ligação direta com o cérebro e por isso nossa memória e também o humor podem ser afetados. A boa notícia é que depois da menopausa isso tende a melhorar com a adaptação do corpo.

  1. Ganho de peso

Já contei aqui que o ganho de peso sem explicação aconteceu comigo aos 47 anos. Nada havia mudado na minha dieta e seis quilos surgiram "do além". O hormônio estrogênio desempenha uma função fundamental no metabolismo feminino. Ele atua no músculo, fígado, células pancreáticas produtoras de insulina. Um dos seus efeitos sobre o tecido gorduroso consiste em prevenir o acúmulo de gordura e inflamação. Com a diminuição do estrogênio na perimenopausa, ocorre um desequilíbrio metabólico, acarretando aumento gordura abdominal. Aquela barriguinha que surge do nada tem relação com isso.

  1. Alterações ou queda de cabelo

Além dos cabelos brancos que começam a nos acompanhar em maior quantidade nessa fase, é muito comum haver uma mudança na textura e dimensão dos fios, que podem ficar mais finos. Se perceber esse afinamento, vale consultar um dermatologista também, pois outros fatores podem causar queda e afinamento dos fios além dos hormônios.

  1. Palpitações

Uma amiga me contou que chegou a achar que estava tendo problemas cardíacos com tantas palpitações na perimenopausa. De fato ela pode causar palpitações (sensação de batimento cardíaco mais rápido do que o normal) devido às mudanças nos níveis hormonais. Isso às vezes pode acontecer durante as ondas de calor, mas também sem elas. As palpitações geralmente são inofensivas, mas vale consultar um médico e avaliar.

  1. Perda da libido

Os hormônios não são os únicos culpados pela baixa na libido depois dos 45 anos. O fato é que vários outros fatores afetam o desejo sexual, como stress, um relacionamento desgastado, falta de sono, muito tempo dedicado à telas de TV e celular e pouco ao contato físico e olhos nos olhos com os parceiros. Mas os hormônios também têm um papel nisso, então vale consultar o médico se a libido estiver em baixa.

  1. Dificuldade de concentração

Assim como a memória, é possível experimentar a dificuldade de se concentrar nessa fase. Ler um livro, se concentrar em tarefas ou no trabalho podem passar a ser atividades que demandam mais atenção que o normal.

  1. Dores de cabeça

Para muitas mulheres que sofrem de enxaqueca ligada a hormônios, a chegada da menopausa pode aliviar e até acabar com o problema. Por outro lado, a flutuação hormonal da perimenopausa pode provocar dores de cabeça e enxaqueca em quem nunca havia sofrido com isso antes. O problema tende a melhorar na pós-menopausa, mas vale consultar um médico e avaliar o tratamento ideal até lá para o seu caso.

  1. Infecção urinária de repetição

Os níveis de estrogênio cem queda também afetam o sistema urinário, incluindo um aumento da suscetibilidade à infecções.

O que fazer?

Antes de mais nada, procure um médico se estiver apresentando um ou mais desses sintomas para verificar se são mesmo provocados pela baixa nos hormônios sexuais.

Há opções de tratamento como a terapia de reposição hormonal e também com alguns fitoterápicos. Os médicos (principalmente das linhas antroposófica e homeopática) vêm usando medicamentos com princípios ativos de plantas para combater os sintomas da menopausa, como calores e insônia. Os dois mais comuns são Cimicífuga (ou Black Cohosh) e a tintura de Amora. Mas nada de sair se automedicando. Não é porque são naturais que não podem oferecer efeitos colaterais. Consulte um médico.

Outra coisa fundamental é investir num programa regular de atividade física, que afeta diretamente nosso bem-estar e inclusive os sintomas nessa fase.